Índice de preços dos Alimentos da FAO recua 0,13% em fevereiro ante janeiro

Açúcar e laticínios tiveram redução, pressionando o indicador para baixo

O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) atingiu 150,2 pontos em fevereiro, leve queda de 0,13% ante janeiro. Apesar do aumento dos preços de óleos vegetais e da modesta recuperação dos preços das carnes, as cotações dos cereais, do açúcar e dos laticínios tiveram redução, pressionando o indicador para baixo. Na comparação com igual mês do ano passado, o recuo alcança 14,5%. 

O índice considera uma média ponderada dos preços internacionais de cinco grupos de commodities: cereais, óleos vegetais, laticínios, carne e açúcar. Segundo a FAO, os principais fatores que têm influenciado a queda contínua das commodities são as condições de oferta ampla, a desaceleração da economia global e o fortalecimento do dólar.

A maior queda foi novamente observada no açúcar, cujo indicador de preço caiu 6,2% em fevereiro ante janeiro, marcando a segunda queda consecutiva após quatro meses de ligeiros ganhos. Conforme a FAO, a perspectiva de um recuo maior do que o esperado anteriormente não foi suficiente para provocar uma reversão de tendência, diante dos estoques globais com volume confortável.

No segmento de laticínios, houve queda de 2,1% na mesma base de comparação, influenciada pela fraca demanda por importação, especialmente pela China, e disponibilidade abundante para exportação, resultado em queda dos preços do leite. Além disso, alguns importadores limitaram as compras para recomposição de estoques, diante da percepção de boas condições de fornecimento imediato e de curto prazo.

Já o indicador de preço de cereais diminuiu 0,53% ante o mês anterior, em consequência da oferta global ampla e da maior concorrência nos mercados de exportação, especialmente para trigo (-1.5%), com a perspectiva de que alta disponibilidade até o final do ano-safra.

Segundo a FAO, o Índice de Preço de Óleos Vegetais registrou avanço mensal de 8% e atingiu o maior nível desde junho de 2015. A alta foi liderada pelo óleo de palma (CPO, na sigla em inglês), que ganhou 13% com a queda dos estoques no sudeste asiático e perspectiva de recuo na produção pelos próximos meses. 

O óleo de soja também avançou, sustentado pela expectativa de aperto na oferta do CPO e outros óleos vegetais, o que aumenta a demanda pelo derivado da oleaginosa.

O Índice de Preços de Carnes ficou ligeiramente superior ao nível observado em janeiro. Segundo a FAO, a cotação apresentou alta em carnes bovina e suína, enquanto frango e carneiro recuaram. A alta da carne vermelha foi motivada pelo aperto da oferta na Austrália e Estados Unidos, enquanto a suína avançou sustentada pelo aumento dos estoques privados. A indústria avícola se beneficiou da queda nos preços da ração animal, o que contribui para um recuo das cotações desde junho do ano passado.