Há pelo menos 1,4 mil raças de ovelhas e carneiros – a ovelha macho – no mundo e cada uma é adaptada às condições do local onde vive. Com isso, raças europeias dificilmente se adaptam ao clima tropical do Brasil, assim como o contrário. A domesticação começou na Ásia, com várias espécies espalhadas pela Sibéria, Iraque, Mongólia, Afeganistão e Índia. Depois espalharam-se pelo mundo. No Sul do Brasil, onde estão os principais estados criadores, as raças mais comuns são Merino, Ramboullet, Corriedale, Romney Marsh, Hampshire Down, Suffolk e Crioula.
A alimentação dos ovinos é baseada principalmente em gramíneas e, bem como os bois, as ovelhas também gostam de sal. Para se reproduzir, elas entram no cio a cada dezesseis dias, durante uma determinada época do ano. A duração do período sexual varia conforme a raça, mas a época de fertilidade máxima coincide com o período de Outono e a gestação é de cinco meses.
As fêmeas são geralmente dóceis e tranquilas, de fácil manejo. Já os carneiros podem se tornar agressivos, dando cabeçadas quando se sentem ameaçados.
Tosquia
A tosquia, que é o processo de corte da lã das ovelhas bem rente à pele, é feita, normalmente, uma vez por ano. O ideal é que o processo seja em uma época em que não esteja chovendo ou fazendo frio, por isso a época recomendada é no começo do verão.
Separamos sete curiosidades sobre esse processo e também sobre a lã, a matéria-prima das fibras de boa parte dos tecidos que utilizamos.
1. Há alguns anos, a tosquia era feita manualmente com tesouras, hoje existem máquinas próprias que facilitam o trabalho.
2. A qualidade final de um fio de lã depende das condições de vida da ovelha. Uma alimentação correta influi no comprimento e na textura da lã, o tipo de pastagem interfere na limpeza da fibra após a tosquia (se terá ou não carrapichos). Para facilitar a classificação mais adequada, o rebanho é separado por idade e cor, antes da tosquia.
3. A lã pode ser lisa, cacheada e ondulada. As mechas são untadas por uma secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas, que são muito abundantes na pele dos ovinos e servem para dar proteção ao animal, e também suavidade e elasticidade à lã.
4. As fibras de lã são constituídas principalmente de alfa-queratina, substância que é encontrada em todos os pêlos de mamíferos, e também nas unhas, nos chifres e nas garras. Seria possível que os pelos dos seres humanos também produzissem lã, se manipulados devidamente, em quantidade e comprimento. Alpacas, camelos e cabras também produzem fibras, que são torcidas e viram fios têxteis.
5. Você tem coceira quando veste um blusão de lã? Quem não tem, certamente conhece alguém que tem. Mas a coceira, na verdade, não é uma alergia à lã. Isso é algo muito raro! Normalmente, o que acontece é que algumas pessoas tem uma sensibilidade maior a fibras mais grossas, pouco refinadas e tecidas de maneira mais grosseira. Com lãs mais finas, mais lisinhas, é provável que não dê nenhuma coceirinha.
6. A lã é biodegradável, ou seja, se decompõe naturalmente na natureza. Mas demora bastante! E durante o processo, a decomposição da lã serve de fertilizante para plantas, ajudando também a reter água.
7. Mas ao mesmo tempo que a lã retém líquidos, ela é difícil de molhar! Isso porque a superfície exterior da fibra é composta de proteínas e ácidos graxos, que não absorvem líquidos. No entanto, as características estruturais no interior da fibra, chamadas de ligações de sal, podem enxugar grandes quantidades de umidade em forma de vapor. Além disso, a lã é resistente ao fogo. E, ao contrário do nylon e do poliéster, ela não escorre ou derrete quando incendeia.