Os estoques mundiais de açúcar devem alcançar, até setembro, um déficit de quase cinco milhões de toneladas. Segundo analistas de mercado, o esgotamento da reserva internacional tem mudado as negociações no mercado brasileiro, e os preços da tonelada de cana-de-açúcar já estão maiores do que os praticados na safra anterior.
Com o preço do produto firme, especialistas apostam numa forte tendência do produtor de cana preferir negociar com a indústria açucareira durante todo o ano. Com o dólar em alta, o açúcar brasileiro continua competitivo, mesmo com a forte participação da Tailândia na produção e exportação das commodities.
Segundo o analista de mercado Guilherme Nastari a expectativa de baixa nos estoques de açúcar se deve principalmente ao crescimento da demanda internacional, estimado em 2% ao ano, combinado a menor oferta anual de importantes produtores como a Índia e a União Europeia.
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“A Datagro tem uma visão de aumento de déficit no mercado internacional, tanto para safra 2015/2016 quanto 2016/2017. Na safra 2015/2016 se prevê 4,37 milhões de toneladas de açúcar. Na safra 2016/2017, de 7,64 milhões de toneladas. O principal motivo é uma menor oferta de duas regiões importantes, a Índia e a União Europeia. Na Índia, a somatória de problemas climáticos e o desestímulo a renovação do canavial. Já na União Europeia pelo fato do preço estar mais baixo, e o desânimo para o replantio da beterraba. Isso fez com que essas regiões tenham uma menor oferta de açúcar e, consequentemente, o crescimento do déficit mundial”, disse.
De acordo com o trader de mercado Paulo Rocco, a previsão movimentou imediatamente os preços que sofreram uma supervalorização. No Brasil, em comparação com os preços praticados em 2015, a elevação chega a R$ 300 por tonelada de cana.
“O preço na safra 2015/2016 girou em torno R$ 1 mil. Já pra essa nova safra, 2016/2017 os preços começam a sinalizar alta. Se você considerar os preços de mercado hoje, estamos falando algo em torno de R$ 1.250 mil, ou ate mais. A avaliação da fixação do preço em reais é um tipo de operação que o produtor deve buscar, sendo considerando a relação entre os seus custos, aquele custo que ele tem baseado em dólar se basear em um câmbio futuro e ter um rendimento um pouco melhor”, explica.
