Os preços atuais do suíno vivo estão no menor patamar desde 2011, em termos reais para o mês de março, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Os pesquisadores apontam que apesar da leve recuperação no início deste mês, os valores praticados no mercado ainda preocupam produtores.
Em grande parte das regiões avaliadas pelo Cepea, os valores atuais estão abaixo dos registrados em março de 2012, “período em que a suinocultura nacional ainda sentia o impacto do embargo russo e enfrentava restrições da Argentina”. Considerando valores deflacionados pelo IGP-DI de fevereiro deste ano, os preços em São Paulo estão 3% abaixo do registrado há quatro anos.
Em Minas Gerais, o valor atual está 8,7% abaixo de março de 2012. No Paraná houve desvalorização de 5,8% em relação àquele período e no Rio Grande do Sul, de 3,7%. “Entre os grandes produtores, Santa Catarina é o único estado a ter preços semelhantes aos daquela crise”, apontaram os pesquisadores.
Relatório divulgado pelo Cepea mostrou, entretanto, que houve uma leve recuperação de preços nos primeiros dias de março. Segundo a análise, os valores foram sustentados pela pressão de produtores independentes, que pedem reajustes na cotação em função do aumento de custos, e do aumento do amplo volume de carne suína exportado nos dois primeiros meses do ano. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 83 mil toneladas de carne suína in natura entre janeiro e fevereiro deste ano, recorde para o período.
O preço dos insumos utilizados na ração teve sinais opostos. Enquanto o custo do milho aumentou, o preço do farelo de soja caiu na parcial deste mês. O milho teve valorização de 3,9% em Campinas (SP) no acumulado de março, para R$ 45,53/saca ontem, e de 1,5% em Chapecó (SC), para R$ 43,23 na terça, dia 8. Já o preço do farelo de soja caiu 6,3% em Campinas, para R$ 1.005,90 por tonelada, e 5,1% em Chapecó, para R$ 1.112,07/t.