A valorização do real em relação ao dólar colocou a vantagem competitiva do Brasil no mercado internacional de soja em risco, analisou a consultoria INTL FCStone, nesta segunda, dia 21. “O Brasil, que ainda tem cerca de 40% da sua safra para ser comercializada (quase 40 milhões de toneladas entre exportação e mercado interno), pode ver seus embarques e vendas externas sendo reduzidos”, disse a coordenadora de Inteligência de Mercado, Natália Orlovicin.
Com a mudança de conjuntura, os Estados Unidos podem exportar mais do que o previsto, atingindo de fato o número projetado pelo Departamento de Agricultura do país (USDA). “Antes desta queda na taxa de câmbio brasileira, acreditava-se que dificilmente a estimativa de quase 46 milhões de toneladas seria atingida, o que levaria os estoques do país a ficarem ainda mais folgados”, afirmou Natália.
O novo cenário também levaria a um aumento na demanda total pelo grão dos Estados Unidos e a uma consequente queda nos estoques finais, o que poderia dar impulso aos preços futuros na Bolsa de Chicago (CBOT), na avaliação da consultoria. Para a FCStone, os EUA exportariam um adicional de seis milhões de toneladas, em comparação com uma redução de mesmo montante nas vendas externas do Brasil.