Arroz se fortalece nas exportações do Rio Grande do Sul

Apesar do cenário internacional desfavorável, Estado aumentou os embarques do produtoSe mantido o ritmo das exportações gaúchas de arroz até março do próximo ano, quando se encerra o ano agrícola, a expectativa é de enviar no mínimo 10% da produção do grão ao Exterior.

O percentual é o mesmo do ano passado, mas de 2008 para 2009 a produção do Rio Grande do Sul saltou de 7 milhões de toneladas para 8 milhões de toneladas.

? Não podemos esquecer o cenário atual, de dólar desvalorizado e crise mundial. O arroz é uma das poucas commodities que tiveram aumento nas exportações ? diz Marco Aurélio Tavares, vice-presidente de mercado da Federação das Associações dos Arrozeiros do Estado (Federarroz).

De março a julho deste ano, 487 mil toneladas foram colocadas no mercado externo, 81% da meta prevista pela Conab 2009. Neste ano, foram colhidas 12,6 milhões de toneladas no país, cerca de 8 milhões de toneladas só no Rio Grande do Sul. Do total enviado ao Exterior, 95% saiu de propriedades gaúchas.

Com três anos de operações no mercado internacional, o grão consolidou-se lá fora, avalia o presidente da Federarroz, Renato Rocha.

? Há de se considerar que o mercado não está favorável para as exportações neste ano, e mesmo assim estamos crescendo ? enfatiza Rocha.

Redução de cultivo em outras regiões pode beneficiar RS

Em 2007, quando as exportações tiveram início, o arroz quebrado representava a demanda principal. Neste ano, o parboilizado aparece com maior participação nos embarques brasileiros, representando 85% das exportações do arroz beneficiado e 55% das vendas externas do ano.

Cilotér Iribarrem, consultor da Safras & Cifras, considera a entrada no mercado externo fundamental para a cultura do arroz. O especialista avalia que o aumento na produtividade só fortalece o novo nicho:

? O investimento em tecnologia é uma constante no arroz. É possível encontrar áreas com produtividade de 150 a 160 sacas por hectare e até de 180 sacas por hectare.

Uma boa notícia para os produtores gaúchos, segundo Iribarrem, é a provável redução de área plantada no Centro-Oeste e Norte do país. Nessas regiões, o cultivo do arroz cede lugar à soja.

Desta terça, dia 11, a sexta-feira, o Instituto Rio Grandense do Arroz e a Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado realizam o 6º Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, na Fiergs, em Porto Alegre.