Os produtores de carnes do Rio Grande do Sul estão atrás de alternativas para baixar os custos com o milho para a alimentação do rebanho. O motivo é que o grão registra alta de mais de 50% em seis meses, ao custo médio de R$ 47,00 a saca no estado. Enquanto a segunda safra de milho não chega ao mercado para aliviar a escassez do produto, os pecuaristas já pensam em importar o cereal da Argentina e do Paraguai.
Em setembro de 2015, quando o preço do milho começou a aumentar, o custo de alimentação do rebanho acompanhou esta alta. Diante deste cenário, os produtores de leite precisaram baixar os gastos. O produtor Paulo Sulzbach é um exemplo, o que ele pagava pelo quilo da ração era praticamente o mesmo que ele recebia pelo litro do leite: em torno de R$ 1,10. O jeito foi comprar um silo para armazenar o farelo de milho. A economia chega a R$ 3.000 por mês.
O suinocultor que não integrado à indústria também sentiu a alta. O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) diz que o problema está na escassez de milho no mercado interno. Além disso, as exportações do grão nos três primeiros meses de 2016 alcançaram mais de 12 milhões de toneladas, o que contribuiu para a baixa oferta do produto para o pecuarista brasileiro.
“A disponibilidade de milho na mão dos agricultores é muito baixa. O milho hoje ou está depositado na cooperativa ou foi comprado pelos consumidores, como integradora de aves e suínos. O grande volume de exportação acabou levando embora grande parte desse milho que foi colhido no Rio Grande do Sul”, explica o presidente da associação, Valdecir Folador.
Sem uma perspectiva de que o preço do grão vai baixar no curto prazo, a esperança dos pecuaristas é aguardar a segunda safra do milho no Centro-Oeste e nos estados vizinhos. “É acompanhar o mercado, ver as possibilidades de fazer contratos futuros para trazer o milho do Mato Grosso e do Paraná. Outra possibilidade é importar o milho da Argentina e do Paraguai”, avalia Folador.