A redução dos preços de fertilizantes no mercado externo fez caírem também os valores do insumo no Brasil. Em dólar, a cotação de adubos nos portos brasileiros está cerca de 25% abaixo do apurado em igual período do ano passado, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Para o Rabobank, o momento é favorável para compras do insumo, considerando que, apesar do cenário baixista no mercado internacional, os preços no Brasil podem voltar a subir nos próximos meses.
A intensificação da demanda interna, a possibilidade de incremento dos custos portuários e o aumento do valor dos fretes foram apontados como alguns dos fatores de sustentação de preços. Além disso, de acordo com estudo do Rabobank, os custos de fertilizantes tendem a aumentar no segundo semestre no país.
“Dessa forma, a desvalorização esperada para nitrogenados e fosfatados no mercado internacional poderia não ser sentida nas regiões produtoras brasileiras”, aponta o banco.
O Rabobank pontua, ainda, que a alta volatilidade nas taxas de câmbio no Brasil aumenta os riscos na tomada de decisão do agricultor. Segundo o banco, os produtores devem observar a relação de preço entre o adubo e a commodity cultivada.
“A conta que deve ser feita é: qual o custo da adubação em sacas ou toneladas da cultura cultivada por hectare”, explica o banco.
Para 2016, o Rabobank projeta um aumento na aplicação de fertilizantes, após retração de 6,2% nas entregas no ano passado. “A perspectiva é de que o volume entregue ao consumidor final este ano fique entre 30,5 milhões e 31,5 milhões de toneladas, o que representaria recuperação de até 4,3% em relação ao ano anterior”, aponta o relatório do Rabobank.