O registro do Cadastro Ambiental Rural (CAR) é gratuito e pode ser feito pela internet por qualquer proprietário de imóvel rural. Mas muitas consultorias oferecem o serviço de preenchimento do documento. A vantagem é que as empresas oferecem dados mais completos e mapas precisos sobre a área cadastrada, mas a conta pode sair salgada para o agricultor.
Em São Paulo, o preço cobrado pelas consultorias pode chegar a R$ 750 por hectare. Além disso, o envio dos dados levantados em campo para o sistema do governo pode custar um valor adicional de até R$ 1.500. Em Goiás e no Distrito Federal, o valor mínimo cobrado é de R$ 1.500 por uma propriedade de até mil hectares. Mas o preço varia bastante em função da dificuldade do trabalho.
“Nós desembolsamos 80 mil reais pra poder fazer todo este levantamento topográfico, inscrição no CAR e deixar a fazenda regularizada”, afirma o produtor rural Fabiano Crozariol da Silva, que tem uma propriedade de 600 hectares no interior paulista.
Em Formosa (GO), Rafael Amorim vai desembolsar cerca de R$ 1.300 para fazer o cadastro em cada uma de suas duas fazendas. Além disso, vai pagar mais R$ 4 mil pelo georreferenciamento de uma das propriedades. O produtor goiano acredita que o valro é justo, em virtude do número de informações e da confiabilidade do serviço oferecido pela consultoria.
O engenheiro ambiental Leonardo Maia explica que o processo feito pelas consultorias utiliza o sistema de georreferenciamento por satélite para levantar a topografia completa das áreas. O mesmo tipo de trabalho pode ser aplicado para delimitar a reserva legal.
“Seria um laudo técnico feito por um engenheiro ou profissional habilitado para a aprovação do órgão competente, é algo mais complexo de ser feito”, informa Maia.
O consultor Valter de Moura informa que o preço do serviço pode variar dependendo do tamanho da área, se há muitos rios e serras na propriedade, se as divisas são abertas ou não, etc. Depois disso, diz ele, ainda há o trabalho de escritório, que também é demorado, para processar as informações.
Segundo Moura, se todos os documentos da propriedade e dos vizinhos estiverem em mãos, o preenchimento do cadastro pode ser executado entre 3 e 10 dias. Mas, para isso, a área já deve ter o georreferenciamento, que é um processo mais demorado. Por essa razão, o consultor defende a prorrogação do prazo estipulado por lei para o registro do CAR.
Algumas empresas levam semanas para conseguir obter o georreferenciamento, o que talvez impeça produtores de contratarem o serviço neste momento, já que o cadastramento tem que ser feito até 5 de maio. Nesses casos, o indicado é que o proprietário entre no site www.car.gov.br e preencha ele mesmo o cadastro.
De acordo com o engenheiro ambiental Juliano Ferrari Carneiro Teixeira, o produtor rural pode fazer o desenho de sua área utilizando as próprias ferramentas que estão no sistema. Mais tarde, diz o especialista, podem ser incluídas as informações de georreferenciamento e de caracterização de vegetação.
“Neste momento, o cadastro ainda é uma proposta que é feita ao Estado no sentido de fazer a regularização da reserva legal”, afirma Teixeira.