A exportação brasileira de café em março alcançou 2,997 milhões de sacas de 60 quilos, o que corresponde a uma queda de 4,3% em comparação com mesmo mês de 2015 (3,130 milhões de sacas). Os números são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), divulgados nesta segunda, dia 11.
A receita cambial no mês passado foi de US$ 437,445 milhões, representando queda de 22,9% em relação a março do ano passado (US$ 567,573 milhões). O preço médio de exportação ficou em US$ 145,98 a saca, em comparação com US$ 181,32 a saca em março do ano passado (baixa de 19,5%).
O presidente do CeCafé, Nelson Carvalhaes, informa por meio de comunicado que o mercado trabalhava com a expectativa de que o Brasil teria uma redução de exportações neste período, o que não ocorreu por causa dos bons níveis de estoques existentes. “Assim, nosso desempenho ficou acima do esperado, muito próximo às 3 milhões de sacas”, comenta.
No acumulado do primeiro trimestre deste ano, o CeCafé relata diminuição de 2,5% nos embarques brasileiros de café, de 8,933 milhões de sacas no primeiro trimestre de 2015 para 8,713 milhões de sacas no mesmo período deste ano. No período, a receita cambial apresentou queda de 25% (de US$ 1,711 bilhão para US$ 1,283 bilhão). O preço médio da saca diminuiu 23,1%, de US$ 191,59 para US$ 147,27.
De acordo com o relatório, no ano safra (de julho/2015 a março/2016) já são mais de 27,9 milhões de sacas, indicando um incremento de 0,6% em relação à mesma base comparativa do ano anterior. Esse crescimento é puxado pelas exportações do café arábica e solúvel que tiveram um aumento de 5,1% e 5,6%, respectivamente.
“O importante é que precisaremos produzir no total cerca de 58 milhões de sacas nesta próxima safra para atender as demandas para exportação e consumo interno”, acrescenta Carvalhaes.
Um dos destaques do relatório é a ascensão do consumo do café nacional para outros produtores, refletindo positivamente na comercialização para estes países. “Uma das surpresas é o avanço das exportações brasileiras para os próprios concorrentes, que têm tido um crescimento porcentual vertiginoso”, prossegue Carvalhaes.
No período de janeiro a março de 2016 o Brasil já exportou café para 27 países produtores. Na América Latina, os embarques a partir do Brasil no primeiro trimestre foram maiores no Equador (25,3 mil sacas, +415%), Peru (11,5 mil sacas, + 216%), Colômbia (9,3 mil sacas, +162%), Quênia (4,8 mil sacas, +353%) e El Salvador (4,9 mil sacas, +342%). No México, o crescimento foi de 17,6% (119,3 mil sacas). Esses seis países representam 53% das exportações do Brasil para concorrentes.
Nos países emergentes, onde a taxa média de crescimento do consumo é estimada em 4,9% ao ano, o consumo da bebida preparada com os grãos cultivados no Brasil também registrou volumes maiores. No acumulado do ano, o Leste Europeu consumiu 20% mais café brasileiro, com destaque para Hungria (44,8%), Romênia (44,5%), Rússia (29%) e Ucrânia (14,5%), que, juntos, já representam 83% da demanda do café brasileiro na região. Na Oceania, a Austrália recebeu no período 64,4 mil sacas, um aumento de 23,5%, representando 87,4% do consumo na região. O destaque final apontado pelo relatório fica com a Ásia. Turquia e Coreia do Sul também apresentaram aumento de consumo de café do Brasil (de 8,4% e 8,8%, respectivamente).
O Porto de Santos, no litoral paulista, continua como principal via de embarque, com 84,9% da exportação. Desde o começo do ano, mais de 7,4 milhões de sacas já passaram por Santos. Destaca-se também o aumento nos portos do Rio de Janeiro (1 milhão de sacas, 11,8% de participação) e Paranaguá (70 mil sacas, 0,8% de participação).