Ritmo das exportações de carne suína pode reduzir em até 5% oferta no mercado interno

Para associação das indústrias do setor, embarques devem manter o bom volume registrado no primeiro trimestre. Em março, vendas ao exterior somaram 65,6 mil toneladas

Fonte: Sílvio Ávila/Mapa

Com alto volume de exportações de carne suína no primeiro trimestre deste ano, a indústria do setor já fala em diminuição da oferta no mercado interno. “O ritmo das exportações está em compasso acelerado e deve seguir por mais tempo nestes níveis. Com isto, considerando esta conjuntura, é possível prever que a disponibilidade interna de carne suína deverá apresentar uma redução de até 5%”, afirma o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.

Em março, as exportações brasileiras somaram 65,6 mil toneladas em março. O volume é 78% maior que o do mesmo período do ano passado. Com isto, as exportações no primeiro trimestre de 2016 chegaram a 164,9 mil toneladas – volume 77,8% superior ao alcançado nos três primeiros meses de 2015. As informações foram divulgadas nesta segunda, dia 11, pela ABPA.

Receita

Graças ao bom desempenho dos embarques, a receita cambial segue positiva neste ano. Em março, com US$ 109,1 milhões, o saldo foi 27,7% superior ao alcançado no terceiro mês de 2015. No acumulado do ano, a alta é de 21,9%, com US$ 275,1 milhões registrados entre janeiro e março. Em reais, a alta é de 50,6% no saldo de março – com R$ 404,3 milhões – e de 64,6% no trimestre – com R$ 1,069 bilhão.

Carro-chefe das exportações, a Rússia foi destino de 38,5% do total exportado pelo Brasil em março, com 24,6 mil toneladas embarcadas (77% a mais que em março de 2015).

No mesmo período, para Hong Kong (segundo maior importador, com 25,7% do total) foram exportadas 15,7 mil toneladas, volume 58% maior que o obtido no terceiro mês do ano passado.

Com crescimento acentuado após a habilitação de novas plantas em 2015, as exportações para a China (que agora é o terceiro maior destino da carne suína exportada pelo Brasil) apresentaram elevação de mais de 30.000% em março, chegando a 6,4 mil toneladas.

“Os dez maiores importadores de carne suína do Brasil apresentaram forte crescimento nas exportações de março e do trimestre, o que indica boas perspectivas quanto ao saldo geral deste ano.  Aumentou-se, também, a distribuição da oferta entre mercados, com a redução da participação da Rússia de 45% ao longo de 2015 para 37% neste primeiro trimestre”, diz o vice-presidente de suínos da ABPA, Rui Eduardo Saldanha Vargas.

Santa Catarina foi o grande exportador de carne suína do Brasil, com 58 mil toneladas (35% do total efetivado pelo Brasil) embarcadas ao longo do primeiro trimestre – volume 74% superior ao registrado no mesmo período de 2015. Em seguida veio o Rio Grande do Sul, com 50,4 mil toneladas (30,9% do total), número 58% maior que o obtido no primeiro trimestre do ano passado.  No terceiro posto está o Paraná, com 20,6 mil toneladas exportadas (12,6% do total), incremento de 94% segundo o mesmo período comparativo.