Produtores de Goiás querem substituir taxação das exportações por fundo que beneficia governo

Proposta da Federação da Agricultura e Pecuária é destinar parte de recursos para o estado, suspendendo a cobrança de ICMS sobre o excedente de exportação de soja e milho

Fonte: Danoil Bianchi/Arquivo Pessoal

A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) quer criar um fundo que destine parte dos recursos para o governo do estado. A proposta da entidade que representa os produtores rurais tem como objetivo suspender de vez a possibilidade de taxação das exportações de soja e milho de recursos que teria o governo do estado como seria em parte, destinado ao governo do estado.

Inicialmente, a Faeg negocia uma fatia de 30% dos recursos do fundo para o governo. Mas muitos agricultores são contra essa porcentagem, julgando-a elevada.

Pelo decreto publicado pelo governo goiano em janeiro, o produtor seria obrigado a destinar 30% da produção para o mercado interno, exportando no máximo os demais 70%. O volume que ultrapassar esse limite teria cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do estado (Aprosoja-GO), Bartolomeu Braz, afirma que, se retomada, a medida governamental iria desequilibrar o mercado e diminuir a competitividade de Goiás. No ano passado, o estado exportou quase 40% do total de grãos produzidos, que alcançou 8,4 milhões de toneladas.

Tecnoshow

Outro tema debatido entre os agricultores que circulam pela Tecnoshow Comigo, feira realizada em Rio Verde (GO), é a alteração no vazio sanitário da soja. Há intenção de antecipar o início do plantio de 1º de outubro para 20 de setembro.

O produtor José Roberto Brucelli, eleito personagem Soja Brasil nesta temporada, colheu média de 55 sacas de soja por hectare nesta safra. Ficou abaixo da expectativa de 60 sacas por área, mas considera um bom resultado após dois anos em que o clima castigou as lavouras de Goiás.

A atenção de Brucelli, agora, é com a segunda safra de milho. Com quase 20 dias de chuva, já se prevê queda na produção goiana.