Começou na terça, dia 10, a principal feira de agronegócios do Distrito Federal. A AgroBrasília deve receber até o próximo sábado cerca de 98 mil pessoas que buscam novidades entre máquinas, insumos e instituições financeiras. Neste ano, o uso sustentável da água na agricultura é um dos enfoques do evento, que ocorre no exato momento do lançamento do Plano Nacional de Irrigação do Ministério da Agricultura.
Para o produtor rural Carlos Antunes, as tecnologias na área da irrigação são importantes por causa da falta de chuvas em várias partes do Brasil. “Eu hoje, precisamente, vim aqui na parte de irrigação pra tentar solucionar um problema nosso de falta de chuvas. (A AgroBrasília) é um lugar em que você encontra todas as tecnologias que você precisa e fica mais fácil fazer o negócio”, disse.
O plano tem a meta de ampliar a área irrigada em 5 milhões de hectares no período de 10 anos. Atualmente, o Brasil tem 6,2 milhões de hectares irrigados. Alécio Maróstica, presidente do sindicato rural de Cristalina (GO), cidade que lidera o ranking de irrigação no país, elogiou a medida do governo, mas vê desafios que podem atrapalhar o projeto.
“Falta de energia elétrica pra irrigar, você tem que ter energia trifásica e não só trifásica, uma energia de qualidade pra que se faça irrigação. Você tem que desburocratizar a outorga e a licença ambiental, que são os que mais demoram para que o produtor possa investir numa área irrigada”,disse Alécio.
O plano do governo prevê, também, a criação de um cadastro nacional de produtores irrigantes, que deve ser concluído até 2019.
Volume de negócios
Apesar do grande número de visitantes, a expectativa é que ocorra uma queda no volume de negócios, como salientou o coordenador geral da AgroBrasília, Ronaldo Triacca. “A gente acredita que deverá ter um pequeno decréscimo, até pelo que vem acontecendo no país, a economia em crise, apesar de que o agronegócio é o único setor com superávit ainda”, disse.
A previsão é de que a AgroBrasília movimente R$ 550 milhões nesta edição, cerca de R$ 77 milhões a menos em relação ao ano passado. Apesar desses dados, Triacca analisa que a feira não é voltada apenas para os negócios e que considera a importância da transferência de tecnologias.