Votação do impeachment no Senado acontece nesta manhã

Senadores começaram a discursar na manhã de quarta. Com processo de impeachment de Dilma aberto, as discussões sobre crime de responsabilidade vão durar até 180 dias

Fonte: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A sessão para aprovar a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff começou ainda na manhã desta quarta-feira, dia 11. A primeira senadora inscrita foi Ana Amelia Lemos (PP-RS). Setenta e um senadores se inscreveram, com direito a 15 minutos cada. Um dos momentos mais esperados foi o pronunciamento do ex-presidente Fernando Collor de Mello, o número 38 na fila de inscritos, que ocupou a tribuna às 23h, depois de 12 horas de sessão.

“Chegamos ao ápice de todas as crises. Chegamos às ruínas de um governo, de um país. O maior crime de responsabilidade está no desleixo com a política. Seja qual for o resultado de hoje, precisamos virar essa página”, declarou o senador que há 24 anos sofreu o mesmo processo de impeachment no Congresso Nacional. 

Antes mesmo da votação, em entrevistas, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) já comemorava o esperado placar. “O que está se fazendo hoje é garantir o cumprimento da lei. o que vai ficar de tudo isso é um sentimento novo no Brasil de que qualquer brasileiro, por mais poderoso que seja não está acima da lei, ele tem que responder pelos seus atos, e no caso do presidente da República, é pelo afastamento”, afirmou.

Já a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) foi mais ponderada na avaliação. “Com a admissibilidade desse processo, nós precisamos esquecer a disputa política que foi ferrenha aqui dentro, mas nunca foi desrespeitosa. Nós temos que pensar na crise que o Brasil está vivendo, nos 11 milhões de desempregados. Temos que abrir mão das nossas vaidades pessoais, dos nossos interesses regionais pra pensar nesse Brasil grande pra superar essa crise”, declarou.

Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) uma das maiores defensoras de Dilma no Senado, ainda há tempo para reverter o resultado do processo. “Eu tenho convicção plena e absoluta que nesses próximos meses, nós vamos conseguir mostrar ao Brasil o que de fato está acontecendo. Porque se eles têm vantagens hoje, paraa  segunda fase, nós estamos muito mais próximos dos 28 votos do que eles dos 54”. Para evitar o impeachment, o governo precisa de 28 votos contrários, já a oposição necessita de 54 votos para afastar definitivamente a presidente do cargo.

Com o processo de impeachment de Dilma aberto, as discussões vão durar até 180 dias, sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que deve ir até o Senado na tarde desta quinta-feira, dia 12, para discutir o trâmite dos trabalhos. O STF vai ser o primeiro notificado, logo depois serão a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer. Dilma já confirmou pronunciamento para as 10h e Temer, às 15h. 

No primeiro pronunciamento como presidente em exercício da República, Temer deve anunciar a equipe ministerial – entre os nomes estão o de Henrique Meirelles (Fazenda), Sarney Filho (Meio Ambiente) e Blairo Maggi (Agricultura).