Agroindústria defende limite à exportação de milho

Diante dos altos preços dos grãos no mercado brasileiro, pecuaristas e indústrias defendem estoque mínimo para garantir alimentação de animais de corte

Os preços do milho no mercado físico vêm em uma escalada desde o começo do ano. De janeiro até abril, a saca de 60 kg subiu quase R$ 10, segundo dados da consultoria Safras & Mercado. As demandas interna e externa favorecem os agricultores, mas a agroindústria e os pecuaristas estão cada vez mais preocupados.
 
Para o presidente da Cooperativa Central Aurora, Mário Lanznaster, o governo precisa agir para evitar as exportações do milho. Segundo ele, não faz sentido vender o cereal para o mercado externo e importar da Argentina. O dirigente tratou o ano de 2016 como perdido para as agroindústrias.
 
“Nós precisamos ter uma política de abastecimento. Todos os países regulam seus estoques, o Brasil também deveria agir para garantir o abastecimento. É papel do governo. Tem que haver um estoque mínimo, para passar de uma safra para outra. Ninguém sabe quanto milho tem no país”, afirma Lanznaster, que participou do programa Mercado & Companhia, do Canal Rural, nesta segunda, dia 16.

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, também defende a regulação de estoques a fim de evitar importações de milho. “Nós precisamos de uma política agrícola voltada para a pecuária. Regular os estoques não é limitar a exportação, mas é garantir o abastecimento da indústria e dos pecuaristas”, afirma.