A União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica) afirmou nesta sexta, dia 20, que a revisão da meta de biocombustíveis nos Estados Unidos para 2017 “não será suficiente para promover o acesso dos consumidores americanos ao etanol de cana-de-açúcar brasileiro”. Conforme a entidade, hoje existem barreiras, como a resistência em adotar níveis mais elevados de mistura de etanol na gasolina, e faltam incentivos que favoreçam outros biocombustíveis naquele país.
“Neste cenário, a falta de sinais claros de mercado inibe o setor de produção de etanol brasileiro a investir e aumentar o seu papel de destaque no RFS”, acrescentou a entidade, em referência ao Padrão de Combustíveis Renováveis (RFS, na sigla em inglês).
Na quarta-feira, dia 18, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) propôs elevar o volume de etanol que refinarias do país devem misturar à gasolina em 2017 para 18,8 bilhões de galões (71,16 bilhões de litros) de etanol de milho e outros biocombustíveis, o que representa um aumento de quase 700 milhões de galões (2,65 bilhões de litros) em relação à exigência para 2016. O volume, no entanto, ainda é bem inferior ao acertado em 2007 no RFS, de 24 bilhões de galões (90,8 bilhões de litros).
A Unica ressaltou que reconhece os esforços da EPA para aumentar os volumes de biocombustíveis avançados, “pois a adoção destes combustíveis de baixo carbono é a forma mais eficiente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em transportes”. “A entidade espera que a regra final da EPA reflita volumes mais robustos de biocombustíveis avançados, o que encorajará a indústria brasileira a continuar investindo cada vez mais na parceria com os EUA para o desenvolvimento do biocombustível de cana”, concluiu a Unica.