Soja dispara em Chicago e saca passa de R$ 90 no Brasil

Alta de quase 3% no mercado internacional fez a oleaginosa alcançar recorde histórico no preço do mercado físico brasileiro

Fonte: Visualhunt/divulgação

A soja disparou na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) nesta quarta-feira, dia 25. Em um pregão movimentado, os contratos futuros subiram quase 3% em relação ao dia anterior. Segundo a consultoria Safras & Mercado, a puxada nos preços no exterior trouxe a combinação esperada pelos agentes para movimentar o mercado brasileiro.
 
Como resultado, os preços subiram e o ritmo dos negócios melhorou. O mercado físico superou a barreira de R$ 90 a saca em Paranaguá e também em Ponta Grossa, com registro de negócios. Os patamares são os maiores da história. Ao romper esta barreira, os produtores se viram motivados a retornar a comercialização.

Na avaliação do consultor de mercado Flávio França Júnior, a alta de mais de US$ 0,30 em Chicago foi motivada pela procura por farelo de soja no exterior. 

“A Argentina é a maior exportadora de farelo e vai ter uma quebra de safra, caindo de 60 milhões de toneladas para o patamar de 55 milhões de toneladas”, lembra França Júnior. O analista da Safras & Mercado Paulo Molinari aponta também as chuvas no Meio-Oeste dos Estados Unidos como outro fator que motivou esta alta no exterior.
 
Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Julho/16: 10,85 (+30,75 centavos)
Novembro/16: 10,54 (+25,00 centavos)
 
Soja no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Passo Fundo (RS): 84,00
Cascavel (PR): 87,00
Rondonópolis (MT): 85,00
Dourados (MS): 80,00
Porto de Paranaguá (PR): 91,00
Porto de Rio Grande (RS): 88,50
 
Milho e Trigo
 
O mercado brasileiro de milho teve um dia de cotações estáveis, com poucos negócios, em razão o feriado desta quinta-feira. O dia foi calmo na comercialização e as cotações seguem sustentadas. Nos portos, houve avanço nos preços.
 
O mercado internacional fechou as operações desta quinta em forte alta. O mercado se recuperou, acompanhando as condições mais tranquilas em âmbito financeiro, com ganhos do petróleo e dólar mais fraco frente a outras moedas. A boa demanda pelo grão norte-americano, que é o mais barato no mercado internacional, também sustenta os preços, bem como a seca na segunda safra do Brasil.

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Julho/16: 4,04 (+7,25 centavos)
Março/17: 4,15 (+5,75centavos)
 
Milho no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Rio Grande do Sul: 61,00
Paraná: 60,00
Campinas-SP: 56,00
Mato Grosso: 40,00
Porto de Santos-SP: 39,00
Porto de Paranaguá-PR: 37,00
 
Sobre o trigo, os preços estão atualmente bem próximos dos praticados pelo milho e, assim, o espaço para novas elevações é pequeno, minimizando qualquer tendência altista. Para o analista Jonathan Pinheiro, a oferta do cereal no país segue bem reduzida, principalmente do produto de melhor qualidade. Existe dificuldade também para as importações, visto que os produtores argentinos, no momento, estão com suas atenções voltadas à soja e há pouca oferta disponível nos portos.
 
Trigo na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Julho/16: 4,66 (+ 2,00 centavos)
Dezembro/16: 4,95 (+1,75 centavos)
 
Café
 
A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações da quarta-feira com preços moderadamente mais baixos. As cotações foram pressionadas no dia pela firmeza do dólar contra o real no Brasil e pela entrada da safra brasileira. A alta do dólar leva ao mercado o sentimento de mais força para o Brasil exportar, o que pesa também sobre os preços.
 
Café em Nova York (centavos por libra-peso)
Julho/16: 121,40 (-0,40 pontos)
Dezembro/16: 126,10 (-0,45 pontos)
 
Dólar e Bovespa
 
O dólar caiu durante o dia com a aprovação da revisão da meta fiscal para 2016, mas recuperou os ganhos e fechou perto da estabilidade com alta de 0,43%, cotado a R$ 3,589. A Bovespa subiu com o otimismo no mercado brasileiro e internacional. O IBovespa fechou aos 49.482 pontos, alta de 0,28%.