Agropecuária pode reagir com alta de carne e grãos

Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, a recuperação de preços pode impulsionar o resultado do setor no segundo trimestre

Fonte: Visualhunt/divulgação

A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) avaliou que os prejuízos à safra de soja do Brasil em virtude de problemas climáticos atrapalharam o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no primeiro trimestre de 2016. Contudo, a gestora da unidade de economia do Sistema Famasul, Adriana Mascarenhas, disse que a recuperação dos preços dos grãos, aliada à expectativa de melhor desempenho de aves e suínos, pode impulsionar o resultado do setor no segundo trimestre.

“Houve uma retração no volume de produção de grãos em relação ao esperado. A soja, como principal produto da pauta agrícola, contribuiu para a queda do PIB”, destacou Adriana.

Em Mato Grosso do Sul, algumas regiões foram prejudicadas pelo excesso de chuva na colheita e a produtividade caiu 4%, ainda que tenha sido compensada, segundo Adriana, pelo aumento de área no estado. Isso permitiu a obtenção de uma safra de soja 1% maior do que no ciclo anterior.

A representante da Famasul salientou, contudo, que os preços mais altos de soja e milho podem impulsionar o resultado do setor nos próximos trimestres, apesar da quebra esperada para a safrinha do cereal. “Os preços de soja e milho estão elevados. Com a entrada da safrinha, devemos ter uma pequena retração, mas a tendência é a exportação continuar fortalecida, o que pode contribuir para segurar o preço do milho.” As carnes, segundo ela, também tendem a contribuir para um segundo trimestre de melhor desempenho na agropecuária, na avaliação de Adriana.

“Começamos a perceber melhora em suínos e aves, embora a alta do milho prejudique margens”, destacou. “Não vemos tendência de retração no valor das carnes com a exportação começando a reagir. Além disso, o mercado interno tem demandado carnes de menor valor por causa da continuidade da recessão.”