Soja: preços recordes em todo o país

Dúvidas do mercado internacional quanto à oferta do grão no Brasil leva portos e principais praças nacionais a registrarem, mais uma vez, o maior preço da história – os R$ 100 por saca estão cada vez mais próximos

Fonte: Pixabay/divulgação

soja novamente é o destaque do mercado nesta quinta, dia 2. O mercado externo superou a barreira psicológica de US$ 11 por bushel e subiu mais de US$ 0,40 no contrato mais curto. Segundo a analista de mercado da AGRural Daniele Siqueira, o mercado internacional acredita que a soja brasileira não vai dar conta da demanda da China pelo grão.
 
“O que aconteceu hoje foi basicamente oferta e demanda, ao contrário das especulações dos últimos dias. Os norte-americanos perceberam que o Brasil exportou muito e vai precisar reduzir as exportações, o que abre espaço para os Estados Unidos venderem mais soja”, diz a analista. 

Segundo ela, o produtor deve aproveitar o momento, especialmente porque o mercado brasileiro está pagando mais pela soja. A consultoria Safras & Mercado informa que compradores oferecem R$ 100 pela saca no Paraná, mas não há vendedores na região apurada.
 
No mercado físico, essa cotação pela saca à vista está virando realidade. Nas seis praças verificadas pela Safras & Mercado, todas bateram recordes. Rondonópolis (MT) e Dourados (MS) atingiram as maiores remunerações de 2016. Já os portos de Rio Grande (RS) e de Paranaguá (PR), assim como Cascavel (PR) e Passo Fundo (RS), alcançaram o maior preço da história. No caso do porto gaúcho, a saca subiu R$ 5 em apenas um dia.
 
Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Julho/16: 11,44 (+44,50 centavos)
Agosto/16: 11,30 (+35,25 centavos)
Setembro/16: 11,02 (+13,25 centavos)
Novembro/16: 10,81 (+13,25 centavos)
 
Soja no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Passo Fundo (RS): 89,50
Cascavel (PR): 93,00
Rondonópolis (MT): 88,70
Dourados (MS): 87,00
Porto de Paranaguá (PR): 98,50
Porto de Rio Grande (RS): 96,00
 
Grãos
 
O milho negociado na Bolsa de Chicago fechou o dia em negociações mistas, quando há contratos em alta e outros em baixa. O vencimento mais curto fechou no campo positivo, por causa da demanda dos Estados Unidos pelo cereal para a produção de etanol. Os ganhos não foram maiores por causa da queda do petróleo, o que desestimula o consumo de biocombustíveis como o etanol.
 
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Julho/16: 4,15 (+1,50 centavos)
Março/17: 4,22 (-0,25 centavos)
 
Milho no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Rio Grande do Sul: 60,00
Paraná: 60,00
Campinas (SP): 56,00
Mato Grosso: 38,00
Porto de Santos (SP): 40,00
Porto de Paranaguá (PR): 39,00

Café 

O mercado do café na Bolsa de Nova York encerrou o dia em alta, mas fatores técnicos impediram uma forte alta. A subida desta quinta foi sustentada pela expectativa de chuvas sobre as regiões produtoras do Sudeste brasileiro. Caso confirmadas as precipitações, isso pode atrapalhar o rendimento das lavouras.
 
Café em Nova York (centavos por libra-peso)
Julho/16: 123,00 (+1,10 pontos)
Dezembro/16: 127,55 (+1,10 pontos)
 
Dólar e Bovespa

O dólar teve recuo de 0,21%, cotado a R$ 3,584, com o mercado reagindo à Desvinculação de Receitas da União (DRU), aprovada em primeira votação na Câmara dos Deputados. O índice Bovespa fechou em alta de 1,78%, aos 49.887 pontos.