As cotações do açúcar na bolsa de Nova Iorque já acumulam uma alta de quase 10% no contrato de julho, impulsionados principalmente pelas informações do clima. Os investidores seguem reagindo às informações de fortes chuvas que atingem o Centro-Sul do país. Em algumas regiões de São Paulo, Paraná e sul de Minas Gerais a moagem da cana de açúcar foi paralisada e os embarques nos portos de Santos e Paranaguá prejudicados.
Em Piracicaba (SP) a quantidade de chuva já é duas vezes maior que o esperado para o mês de junho. A previsão do tempo indica um acumulado de 147 milímetros, quando a média para esta época é de apenas 47 mm.
O diretor da consultoria Bioagência, Tarcilo Rodrigues, afirma que há outros fatores para esta alta na bolsa americana. Um deles é a previsão de um déficit global de açúcar de 5 a 6 milhões de toneladas. A redução da produção em alguns países devido ao clima e uma safra mais alcooleira são alguns motivos.
“Depois de cinco anos de superávit, ou seja, onde a produção do açúcar superou o consumo, é o primeiro déficit que nós vamos gerar na safra que termina em setembro. Há uma perspectiva, inclusive, de que a próxima safra também gere um segundo déficit na produção, coisa que não acontece há mais de oito anos”, diz ele.
A tendência é que os usineiros deem prioridade à produção do açúcar porque os preços estão mais atrativos. Quanto ao etanol, Tarcilo explica que o Brasil deve reduzir as exportações para conseguir atender o mercado interno.
A expectativa é que para o produtor os preços sejam remuneradores. “Nos próximos dois ou três anos os preços vão estar bastante competitivos” afirma ele. Nesta terça, dia 7, o vencimento de julho de 2016 teve uma alta de 22 pontos, cotado a 19 cents por libra peso.