Milho: preço vai continuar alto até meados de 2017

Cenário só vai mudar com a entrada da segunda safra do ano que vem, afirma consultoria Agroconsult

Fonte: Pixabay/Divulgação

Os preços do milho no mercado interno devem se manter bons em parte do próximo ano. De acordo o diretor da Agroconsult André Pessôa, as altas do grão vão se manter até a entrada da segunda safra do ano que vem. “Há um deslocamento nos preços aqui do Brasil e do mercado internacional. Este cenário só vai mudar caso a segunda safra de milho seja bem sucedida e tenha uma área plantada maior”, diz ele.

Para a próxima safra, a expectativa é de aumento na área, tanto na safra verão como na de inverno, com incremento total de 1 milhão de hectares cultivados. O aumento no plantio só não será maior porque no Sul do Brasil o produtor teme os efeitos do fenômeno La Niña.

Em relação aos impactos da escassez de milho, Pessôa acredita que as agroindústrias devem começar a repensar seus modelos de abastecimento. Segundo ele, proibir ou taxar as exportações do grão – cujo exemplo mais recente é o de Goiás – é uma perda para o país. O diretor ressalta que a entressafra brasileira ocorre durante o verão, e os consumidores deverão se adequar a essa nova sazonalidade.

“O milho brasileiro é extremamente competitivo e as empresas devem encontrar novos mecanismos, como compra antecipada e estrutura de capital. O que está acontecendo agora vai acontecer nos próximos anos. Este vai ser um novo modelo de abastecimento”, afirma.

Soja

Para a safra 2016/2017, o cenário é de crescimento de apenas 2% na área de soja. O motivo é que muitas regiões devem fazer o caminho que já vem se desenhando nos últimos anos, com plantio de milho no verão em áreas que antes recebiam soja.

Neste momento, os agricultores se preparam para a compra de insumos, e a consultoria avalia que os preços estão em patamares razoáveis. Os custos de produção não tiveram altas expressivas, especialmente os fertilizantes, portanto a tendência é de rentabilidade positiva para o produtor em 2017.

André Pessoa explica que a expectativa é de preços firmes para a soja no mercado internacional, mesmo que se confirme uma boa safra americana. “Há escassez de soja no mercado internacional e, para o Brasil, em particular, as cotações em Chicago vão ser boas; mas o produtor deve ter consciência de que dificilmente teremos a soja a US$ 14 o bushel.”