Queda do milho demorou demais para impulsionar confinamento

Como a atividade requer um certo grau de planejamento, a queda no preço do grão pode ter ocorrido tarde demais e criadores não terão como modificar os planos

Fonte: Divulgação/Assocon

A recente sinalização de recuo do preço do milho, com a entrada da safrinha, pode ter acontecido tarde demais para influenciar no segundo giro do confinamento de boi gordo, na opinião do presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), Luciano Vacari. “Isso pode ser tarde demais para o confinamento, que é uma atividade que requer planejamento”, afirmou durante a InterCorte 2016.

Para ele, por mais que o preço da saca de 60 quilos do insumo, usado como ração no cocho, comece a recuar, não há tempo hábil para o pecuarista aumentar sua programação de número de cabeças a serem terminadas no sistema intensivo. “O tamanho do confinamento (primeiro e segundo giro) é a grande incerteza do mercado e com certeza vai ter impacto nos preços da arroba a partir de outubro”, afirmou. “Daqui para a frente, a oferta de animais terminados a pasto é cada vez mais restrita e vamos ficar dependentes do confinamento e semi-confinamento e a base disso é o milho.”

Já para o curtíssimo prazo, Vacari acredita que a arroba deve permanecer estável em boa parte do País. Para ele, com o fim da greve dos funcionários do Instituto Mato-Grossense de Defesa Agropecuária (Indea), seu efeito para a formação de preço no mercado ainda é incerto. Isso porque, apesar de a paralisação ter acumulado parte da oferta de boi terminado do Estado, esta oferta é pequena, por causa da época de entressafra. “Mas ainda não sabemos. O certo é que qualquer impacto no gado mato-grossense tem o potencial de influenciar o resto do País.”

Vacari comentou ainda que o frio intenso que atingiu o Sul e o Sudeste do País prejudicou as pastagens e ocasionou um leve aumento da disponibilidade da matéria-prima, mas não chegou a pressionar os preços em São Paulo por causa da baixa disponibilidade de animais.