A pesquisadora Ester Alice Ferreira, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), alertou, em encontro técnico com produtores em Belo Vale (MG), que o greening vem avançando também sobre pomares de tangerina. O município da região central mineira é o maior produtor da fruta no estado e registrou este mês o primeiro caso da principal praga da citricultura mundial.
“A confirmação oficial da ocorrência do greening em Belo Vale ocorreu em junho, mas possivelmente a doença está presente na região central de Minas há pelo menos dois anos”, disse Ester Ferreira no encontro, que reuniu ainda representantes do Ministério de Agricultura, do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), da Emater-MG e do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
A pesquisadora informou que, além dessa região, já foram registrados casos da doença em municípios do Triângulo Mineiro e do sul de Minas e lembrou que desde 2005 ela vem ocorrendo em pomares cítricos mineiros.
“Só no norte do estado, que também produz (outros) citros, não há registros oficiais”, destacou. “O desafio é não deixar o problema se alastrar. Para isso é preciso ações conjuntas e sincronizadas, na eliminação de plantas contaminadas e principalmente no controle do inseto vetor da doença”.
O greening foi confirmado pela primeira vez no país em 2004, no estado de São Paulo. A transmissão ocorre pelo inseto Diaphorina citri, que adquire a bactéria ao se alimentar de uma planta infectada. O primeiro sintoma é o aparecimento de um ramo amarelo. No fruto, o principal é a redução acentuada do tamanho e a assimetria, com um dos lados maior do que o outro.