O Brasil será o maior produtor de soja do mundo nos próximos dez anos e irá superar os EUA. Mas os exportadores nacionais não devem esperar por mais uma era de preços elevados de commodities. A constatação faz parte do informe sobre o futuro da agricultura no mundo até 2025 produzido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e que destaca que o Brasil responderá por uma parte significativa da expansão agrícola nos próximos dez anos. A desvalorização do real deve permitir um aumento das vendas no curto prazo. Mas será compensada por uma estagnação de preços por uma década em diversos setores.
O abastecimento do mercado global dependerá em 80% de um aumento de produtividade no campo. Mas a projeção aponta para a ocupação de 42 milhões de hectares de terras extras no mundo para a produção agrícola até 2025, uma expansão de apenas 4% em relação ao montante usado em 2015. E isso ocorrerá em grande parte por conta da expansão da fronteira agrícola no Brasil e Argentina. Juntos, os dois países serão responsáveis por perto de 20 milhões de hectares extras plantados.
“A América Latina continua sendo a maior fonte de expansão de área agrícola no mundo, com um total de aumento de 25% e com a soja liderando a maioria dessa expansão” indicou a FAO. “O Brasil vai se transformar no produtor mais importante de soja até 2025, com uma produção atingindo 135 milhões de toneladas”, disse a entidade, apontando que o volume será suficiente para abastecer tanto o setor de óleos vegetais como proteína para animais.
No Brasil, a aquicultura deve sofrer uma expansão de 40% até 2025, enquanto o algodão promete ser um dos destaques da década, “As exportações do Brasil devem dobrar de 700 mil toneladas de algodão para 1,5 milhões, fazendo do Brasil o segundo maior exportador do mundo”, disse a entidade. Segundo a FAO, a China continuará sendo o maior importador do mundo.