Em mais um dia em que a cotação da soja derrete na Bolsa de Chicago, com a melhora nas condições climáticas do Meio-Oeste dos Estados Unidos, conhecido como o cinturão de grãos do país, a análise é de que os sonhados R$ 100 pela saca estão cada vez mais longe. Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, com o dólar não mostrando o potencial de alta de outros momentos, o produtor deve buscar um novo patamar para a soja.
“O produtor tem que pensar que os R$ 100 [pela saca] dependem do dólar. Nas condições atuais, com mais credibilidade do governo, o dólar não deve avançar. Com isso, o patamar agora deveria ser de R$ 90, abaixo do que foi conquistado anteriormente. O preço nos portos hoje está entre R$ 84 e R$ 86, já abaixo desses R$ 90”, avalia Brandalizze.
No mercado brasileiro, dia paralisado. Os produtores não enxergam oportunidade de venda. Eles aguardam uma nova janela de negociações, aponta a consultoria Safras & Mercado. Na Bolsa de Chicago (CBOT), queda de mais de 3% no contrato novembro, o mais negociado.
Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Agosto/16: 10,44 (-34,25 centavos)
Setembro/16: 10,39 (-35,75 centavos)
Novembro/16: 10,27 (-38,50 centavos)
Janeiro/17: 10,27 (-37,50 centavos)
Soja no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Passo Fundo (RS): 81,00
Cascavel (PR): 82,00
Rondonópolis (MT): 82,00
Dourados (MS): 74,50
Porto de Paranaguá (PR): 88,00
Porto de Rio Grande (RS): 85,00
Milho
O mercado brasileiro de milho teve uma terça-feira de preços firmes, que seguem avançando diante da oferta limitada do grão por causa da quebra da segunda safra acima do esperado.
Regionalmente, as cotações vão reagindo diante da postura retraída dos produtores com o milho que vai sendo colhido, mostra a Safras & Mercado. A baixa acentuada do milho na Bolsa de Chicago e o dólar em patamares fracos, apesar da leve alta do dia, pressionaram as cotações nos portos.
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Setembro/16: 3,41(-15,25 centavos)
Maio/17: 3,63 (-13,50 centavos)
Milho no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Rio Grande do Sul: 50,00-52,00
Paraná: 42,00-43,00
Campinas (SP): 47,00-48,00
Mato Grosso: 31,00-37,00
Porto de Santos (SP): 34,00
Porto de Paranaguá (PR): 33,00
Café
O mercado físico brasileiro de café registrou preços mais estáveis nesta terça, com comercialização mais lenta. O dia foi de pressão sobre as cotações, com as perdas do arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York.
Café arábica em Nova York (centavos por libra-peso)
Julho/16: 144,65 (-3,15 pontos)
Dezembro/16: 149,50 (-2,90 pontos)
Café conilon (robusta) em Londres (US$ por tonelada)
Julho/16: 1801,00 (-4,00 dólares)
Dezembro/16: 1833,00 (-3,00 dólares)
Café no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Arábica/bebida boa – Sul de MG: 515-520
Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: 520-530
Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: 420-425
Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): 415-418
Dólar e Bovespa
O dólar encerrou o dia em alta de 0,22%, cotada a R$ 3,257. Já o índice Bovespa subiu pelo décimo pregão seguido, na melhor sequência de altas desde julho de 2010. O Ibovespa está nos 56.698 pontos, valorização de 0,38%.