Chuvas na Argentina atrasam embarques do trigo e colheita do milho

Apesar dos problemas no país vizinho, não deve haver falta de trigo no Brasil, mesmo na Região Sul

Fonte: Pixabay

As chuvas constantes na Argentina reduziram pela metade o fluxo de navios nos portos e estão atrasando os embarques de trigo do país. Durante entrevista para o Mercado & Companhia desta terça feira, dia 19, o analista de mercado Walter Von Muhlen, da consultoria Serra Morena, disse que o excesso de chuvas também prejudicou a colheita de milho, que foi estendida até julho, apesar da perda de qualidade.

Muhlen esclarece que, apesar dos atrasos nos embarques, não deve faltar trigo no Brasil. Ele descarta a possibilidade de desabastecimento no Sul do país, mesmo com a greve dos caminhoneiros na Argentina. A razão disso é que o Paraguai e o Uruguai são grandes exportadores do cereal para essa região, ao contrário dos Estados Unidos, que direcionam o produto apenas para o Norte e Nordeste brasileiros. 

As perdas na produção do trigo argentino, devido às fortes chuvas no país, devem afetar a área de plantio da próxima safra, segundo o analista. A previsão é de uma redução de 200 mil hectares em relação à safra anterior.

Muhlen afirma que os preços pagos aos produtores no Brasil estão favoráveis depois da quebra da segunda safra de milho nacional. Ele espera uma produção de trigo maior do que a do ano passado e aposta em uma safra de cerca de 6 milhões de toneladas em 2016, o que deve adequar os preços à lei de oferta e procura.