A resolução do Banco Central que obriga o produtor de fumo a aumentar a renda vinda de outras culturas em 50% para ter acesso ao Pronaf deve ser derrubada. A informação foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que esteve nesta quarta-feira, dia 20, visitando lavouras e fábricas de tabaco no Rio Grande do Sul.
A resolução vale desde o início deste mês e define que até a safra 2018/2019 a receita vinda de outras culturas chegue a 50%, obrigando o produtor a apostar na diversificação da lavoura. Na visão do produtor de fumo Sanger Alberto Klafke, que tem 10 hectares de plantação em Venâncio Aires, o decreto ameaça a atividade.
“Você tem que ter 50% de outra cultura pra acessar o crédito em uma região como a nossa, que é produtora basicamente de tabaco. Para a gente é bem complicado essa limitação de crédito via financiamento”, disse o produtor.
A visita do ministro da agricultura às lavouras de fumo do Rio Grande do Sul é uma esperança para o setor. Segundo entidades que representam os produtores de fumo, mais da metade dos fumicultores seriam atingidos pela resolução. Por isso, a ideia é que o investimento volte para 20% em outras culturas, como era até então.
“Se eles estão tirando esse financiamento com juros mais em conta, isso vai se inviabilizar, já que o produtor não vai ter condições de comprovar num primeiro momento 30% de receita com outras culturas”, disse o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner.
Para o ministro, a derrubada da resolução ajudará os produtores. “Nossa posição é para que possa ser derrubada essa resolução. Então, se a gente conseguir derrubar, e vamos conseguir porque temos argumento para isso. Querem fazer a substituição da fumicultura por outra cultura, mas qual o produtor que hoje tem uma renda de 10 e que vai mudar de cultura pra ter uma renda de dois?”, questionou Blairo Maggi.
O pedido para derrubar a resolução já foi encaminhado ao Ministério da Fazenda pelo secretário de Agricultura Familiar, José Ricardo Roseno.