Puxada pelo feijão, prévia da inflação volta a subir

O feijão-carioca foi o item que exerceu o maior impacto no índice do mês

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

A prévia da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) voltou a acelerar este mês, ao subir 0,14 ponto percentual e passar de 0,40% para 0,54% entre junho e julho deste ano.  Agora, o IPCA-15 acumula alta de 8,93% nos últimos doze meses – resultado, no entanto, que chega a ser 0,05 ponto percentual inferior ao da taxa acumulada nos 12 meses imediatamente anteriores: 0,98%.

Mais uma vez os preços dos alimentos continuam pressionando a inflação, chegando a subir 1,45% na relação com a prévia de junho, exercendo 0,37 ponto percentual sobre a alta do mês. Com alta de 0,37% em julho e participação de 69% do IPCA-15 no mês, o grupo alimentação e bebidas acusou a mais elevada variação para os meses de julho desde a alta registrada em 2008: 1,75%.

Os dados foram divulgados nesta quinta, dia 21, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que o total acumulado no ano é de 5,19%, bem abaixo dos 6,9% registrados em igual período do ano anterior. Em julho de 2015, a taxa havia sido 0,59%.

Feijão
O feijão-carioca, cujos preços subiram, em média, 58,06%, foi, isoladamente, o item que exerceu o maior impacto no índice do mês: 0,18 ponto percentual. Em Goiânia, o quilo do produto aumentou 81,03%, em Brasília (62,69%), em Salvador (61,69%) e em Fortaleza (60,63%).

Segundo o IBGE, os demais tipos de feijão também apresentaram aumentos significativos nos preços. O mulatinho passou a custar, em média, 45,94% a mais, o preto subiu 34,23% e o fradinho, 11,78%.

Preços em alta
Os alimentos continuam a ser o grande vilão da inflação e não só pela alta elevada e generalizada dos diversos tipos de feijão consumidos pelos brasileiros. Segundo o IBGE, vários outros alimentos ficaram “bem mais caros” de um mês para o outro.

Este é o caso, por exemplo, do arroz, que teve os preços elevados em 3,36% na média, mas chegando a atingir 8,2% em Belém; 6,67% em Fortaleza; e 6,53% em Goiânia. O resultado é que comer feijão com arroz, prato típico da mesa do brasileiro, passou a custar bem mais caro de norte a sul do país.

Outro alimento com participação importante na despesa das famílias, o leite aumentou 15,54%, em média, chegando a atingir 27,46% em Curitiba; 24,15% em Porto Alegre; e 20,17% em Goiânia. Assim, os preços de seus derivados aumentaram, destacando-se o leite em pó, que ficou 3,26% mais caro.

Medição
O IPCA-15 serve de prévia para a inflação do país medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). A diferença está no período de coleta. No caso do IPCA, os preços foram coletados no período de 15 de junho a 13 de julho (mês de referência).

E, embora o indicador se refira às famílias na mesma faixa de renda (de 1 a 40 salários), abrange apenas 11 das principais regiões metropolitanas e municípios do país, enquanto o IPCA envolve 13 regiões e municípios.

As informações são da Agência Brasil