O nome não é muito conhecido, e é até um pouco engraçado. Mas quem nunca ouviu falar da chalota não imagina o quanto esta hortaliça de origem asiática e muito usada na culinária francesa pode interessar ao produtor rural.
Semelhante a uma cebola de menor porte e com gosto próximo ao do alho, porém mais adocicado, ela vem ganhando espaço no mercado brasileiro por conta de seu uso na gastronomia. Conhecida no exterior como echalote e no Nordeste do Brasil como cebolinha-de-cabeça, o bulbo possui alto valor agregado e, por isso, é uma opção para aumentar a renda do agricultor.
No Brasil, o maior produtor é o Nordeste, de onde saem anualmente cerca de 6 toneladas por ano. Foi numa viagem à Paraíba que Haderbal Jotta conheceu a chalota e decidiu cultivá-la no Distrito Federal. O produtor rural conta que sua utilização é destinada principalmente a pratos mais sofisticados, e que, por isso, a comercialização não é muito fácil.
“Mas, uma vez comercializada, o preço compensa, porque ela é vendida acima do preço médio do alho”, afirma Jotta.
O quilo da chalota é vendido por até R$ 70 pelo produtor. Como o seu cultivo é relativamente simples, o técnico da Emater-DF Carlos Moraes acredita que a chalota seja uma boa alternativa para a agricultura familiar.
Ele afirma que a hortaliça pode ser cultivada em todo o país, com exceção da Região Norte, por conta do clima quente e com muita chuva. Basta apenas seguir um bom manejo de solo e cuidar da adubação.
Haderbal Jotta incentiva outros agricultores a investir na chalota. Mas alerta que é preciso ter persistência e visão de mercado para que o produto conquiste os consumidores. Ele conta que apenas após oito anos de trabalho conseguiu vender a chalota pela primeira vez, e em pequena quantidade.
Ele recomenda que o investimento inicial seja numa produção de pouco volume, até que se consiga firmar no mercado. “Começando com cautela, com pequenas áreas plantadas, conquistando o consumidor, acho que vai ter resultado, sim”, diz o produtor do Distrito Federal.