Entidades lamentam a morte de Luiz Suplicy Hafers

Pioneiro da cafeicultura, o ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira faleceu nesta quinta-feira e foi cremado na sexta em São Paulo

Fonte: Canal Rural/reprodução

Foi cremado na tarde desta sexta-feira, dia 5, em São Paulo, o corpo de Luiz Marcos Suplicy Hafers, ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB). Diversas personalidades da cadeia produtiva lamentaram a perda de Hafers, um dos nomes mais respeitados do agronegócio.

Ele morreu nesta quinta-feira, dia 4, por insuficiência cardíaca. Deixou esposa, filha e um neto. Em dezembro, completaria 81 anos.

Hafers ingressou na agricultura exportando algodão na década de 1970. Mas o café foi o grande divisor de águas de sua carreira, uma paixão que mudou a história da cafeicultura brasileira.

“Ele teve várias iniciativas pioneiras, entre elas estimular o plantio de café adensado no Paraná e ter participado do plantio de café no Cerrado baiano, além de fazer da melhoria da qualidade um lema que ecoava todos os dias”, afirmou o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herskowicz.

Para o presidente do conselho do Museu do Café e da Imigração Roberto Ticoulat, Luiz Hafers era um exemplo como pessoa, muito culto e preparado. “Era líder por natureza, por vocação. Ele conseguia exercer uma liderança natural porque dividia conhecimento”, disse.

Para o atual presidente da SRB, Gustavo Junqueira, Luiz Hafers conhecia os problemas brasileiros e tinha sensibilidade para entender a dinâmica do país. “É a perda de um conselheiro importante da Sociedade Rural Brasileira e de uma pessoa com a qual a gente sempre se consultava para aqueles temas mais complexos”.

João de Almeida Sampaio Filho, que sucedeu Hafers na presidência da SRB em 2002, afirma lembrar com orgulho do dia da posse. Nesse dia, Hafers teria brincado dizendo que Sampaio tinha metade de sua idade e o dobro da competência. “Ele foi sem dúvida um dos mais competentes e preparados, criativos e sagazes. Tinha rapidez de raciocínio e criatividade para entender as demanda do agronegócio. Vai fazer muita falta”, lamentou.

Outro dos ex-presidentes da entidade, Cesário Ramalho afirma que Hafers deixa também  um legado de formação de líderes independentes na agricultura brasileira. “Ele tinha orgulho de ser fazendeiro e deixou uma marca registrada. (Foi) Um homem de rara inteligência, com uma habilidade extraordinária para falar com a imprensa e vender a realidade e a esperança do campo”.

Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador da GV Agro, conta que Hafers formou uma geração de jovens que buscam independência como forma de liderança. “Ele tinha uma frase que era muito interessante. Ele dizia: ‘A agricultura nunca será um problema, será sempre uma solução’ “.