Em Minas Gerais, pecuaristas apostam no confinamento a pasto como estratégia para engorda de bovinos no período da seca. O sistema reduz em até 40% o custo de produção da arroba e exige menor investimento durante a implantação.
Diferentemente do que acontece nos sistemas intensivos tradicionais, no confinamento a pasto o gado tem acesso ao capim e à ração ao mesmo tempo. A suplementação inicial é de 0,5% do peso vivo do animal e vai aumentando até atingir 1,5% no estágio final. O ganho de peso médio diário é de 1 kg.
De acordo com o médico veterinário Rodrigo Diniz, o mais indicado é utilizar no sistema uma lotação de até oito animais por hectare, embora ele tenha experiências com até quatro cabeças por área. Segundo Diniz, cocho e água são aspectos muito importantes do confinamento a pasto. “A gente trabalha com 50 cm de área de cocho por animal. A espécie forrageira mais indicada, principalmente para a estação da seca, é o braquiarão, que fornece uma quantidade de folhas maior”, diz.
A estrutura do confinamento a pasto é pequena e exige menos investimentos para a implantação. Na fazenda de Fernando Manna, em São Francisco de Salles (MG), somente um funcionário alimenta mais de 300 animais por dia. O pecuarista está investindo há um ano no confinamento a pasto, considerado por ele uma alternativa eficiente para manter o desempenho dos animais na seca, sem aumentar os custos de produção.
“Essa estrutura enxuta, a possibilidade de fazer a engorda na seca e não ter que cultivar uma lavoura facilita muito o trabalho do dia a dia e é para qualquer tamanho de produtor”, acredita Manna.
Em sua propriedade, os animais entram no sistema com 15 arrobas, permanecendo no cocho entre 90 e 110 dias, ao atingir em média 20,5 arrobas, peso ideal para o abate. O rendimento sobre o ganho é de 80%, e o custo da diária chega a R$ 5,80.
Antes da implantação do confinamento a pasto, Manna tinha dificuldades para fazer com que os ganhos acumulados com o rebanho no verão não virassem prejuízo no inverno. Ele conta que era obrigado a retirar os animais da propriedade no período seco, conduzindo-os a um boitel ou ao abate antecipado.
O veterinário Diniz afirma que, além de tudo, o novo manejo trouxe aumento da qualidade da carne. “Nós saímos de uma cobertura de gordura de 1 milímetro, que é considerada ausente, e fomos para uma cobertura de 3 milímetros. Não fica caro, paga a conta e é um ótimo benefício”, enumera.