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Rural Notícias

100 dias: veja os erros e acertos do governo que envolvem a agricultura

Em pouco mais de três meses, a equipe de Bolsonaro enfrentou problemas na política externa enquanto trabalhava para cumprir metas de campanha

Bolsonaro, presidente
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O governo de Jair Bolsonaro completou 100 dias na quarta-feira, dia 10, e apesar dos problemas na política externa que marcaram o período, 35 medidas prometidas para os primeiros meses foram cumpridas, algumas diretamente ligadas ao agronegócio.

Neste período, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deu início às ações voltadas à agricultura familiar, como a prorrogação da validade da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) para dois anos, e à pecuária de corte, com a criação de fórum para discutir autocontrole dos frigoríficos.

A ministra destaca ainda o esforço em retomar a parceria comercial com os Estados Unidos, abrindo o mercado norte-americano para a carne brasileira. “Conseguimos a missão que vem fazer a inspeção e ver se acabamos com a suspensão da exportação de carnes”, diz.

Críticas duras

A política internacional é justamente a área que tem sofrido mais críticas por parte de especialistas. Para o Conselho Federal de Economia (Cofecon), o atual governo coloca as exportações em risco ao priorizar relações com países como EUA e Israel.

“Prejuízo número um: a Arábia Saudita bloqueou a importação de carne de frango e de gado do Brasil por conta daquela bobagem de dizer que iria transferir a embaixada brasileira para Jerusalém. O que os árabes estão dizendo? Não se meta na guerra entre Israel e o mundo árabe”, conta o presidente do Cofecon, Wellington da Silva.

O líder do conselho também relembra o estrago causado pelas críticas do governo Bolsonaro à China, que é o maior parceiro comercial brasileiro. “Resultado? O Trump, que também é um tolo, mas menos do que o nosso presidente, acabou de vender 30 milhões de toneladas de soja para a China. Quem perdeu foi o produtor”, afirma.

O CEO da Barral M Jorge Consultores, Wagner Parente, avalia que as discordâncias na política internacional são naturais em começo de governo, mas diz que a equipe presidencial pode evitar crises melhorando a comunicação interna e com os parceiros comerciais. “Precisamos ter alguma atenção aos discursos como um todo, para que não encontremos mais resistência”, defende.

Recalculando a rota

Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil). Fabrício Rosa, a China compra muito grão para gerar empregos e impostos no processo de beneficiamento do produto. “É importante negociarmos uma pauta em que a gente possa exportar cada vez mais farelo, porque assim os chineses continuariam ganhando na cadeia de carnes”, diz.

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