Estimativas do USDA para produção e estoques mundiais impactaram as cotações internacionais, mas essa não deve ser a única preocupação do produtor. Confira a análise da consultoria Safras & Mercado
O relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que elevou as expectativas de safra e estoques, ainda tem potencial para balançar as cotações? O que mais vem por aí? O analista de Safras & Mercado Luiz Fernando Roque destaca o que merece atenção do sojicultor na próxima semana.
- O mercado deve continuar digerindo os números do USDA, divulgado na quarta-feira, dia 12, enquanto aguarda por novidades relacionadas à guerra comercial. Sinais de demanda pela soja dos EUA neste início de novo ano comercial norte-americano também podem chamar a atenção;
- A publicação do USDA confirmou o sentimento do mercado e elevou a estimativa para a produção norte-americana da safra que está prestes a ser colhida. Tal fato também culminou em uma elevação nos estoques finais do país. Esses dois fatores trouxeram um viés extremamente baixista para o relatório, aumentando a pressão negativa sobre os contratos futuros;
- Além disso, a pressão sazonal da entrada da safra dos EUA também deve começar a pesar a partir da última semana de setembro. Parte das atenções do mercado irá se voltar para o clima sobre o cinturão produtor norte-americano e para a evolução dos trabalhos de colheita;
- A falta de resolução da guerra comercial entre EUA e China completam o quadro baixista. Apesar disso, a notícia que os países estão prestes a voltar à mesa de negociações traz algum alento ao mercado, embora o ceticismo continue grande. Atenção a novidades com relação a este fator. Um possível avanço nas negociações pode trazer fôlego para ajustes positivos em Chicago, mesmo que pontuais.
- A forte valorização do dólar ante ao rela e o prêmio pago nos portos também são fatores de atenção.