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Agricultura

500 garimpeiros invadem fazenda, causam morte e preocupam produtores de MT

Segundo a PM, grupo teria baleado dois homens que não souberam dizer onde encontraram pepitas de ouro

Em busca de ouro, um grupo de 500 garimpeiros invadiu a área de reserva da fazenda Lagoa da Serra, que pertence à família Sansão, no município de Castanheira (MT).

De acordo com a Polícia Militar do estado, os garimpeiros souberam do suposto ouro nas terras da fazenda no domingo, 28. Mensagens de texto e áudio falavam em pepitas de até 300 gramas encontradas no local. Não demorou muito para que a fama do lugar se espalhasse nas redes sociais.

Tenda montada por garimpeiros
Tenda montada por garimpeiros. Foto: Polícia Militar de Mato Grosso

Por enquanto, os escavadores não estão com o máquina para fazer a extração do suposto ouro. Eles ainda estão tentando localizar o minério no subsolo da propriedade rural.

A presença de estranhos no município está deixando produtores rurais preocupados. “Aqui era tranquilo. Agora, quando sai de casa, a gente tem que chavear a casa, porque tem muita gente e muito movimento para lá e pra cá na estrada, isso nos deixa muito apreensivos”, conta Quirino Silveira da Silva, que tem um sítio de 100 hectares, com 120 vacas, e trabalha com cria e recria.

“Invadiram a área e estão alí, desmatando, fazendo, abrindo buraco e ninguém toma providência nenhuma. E cadê as leis? Depois que o povo fizer o estrago, não resolve muita coisa e isso pode alongar”, desabafa Gilson dos Santos, administrador de uma fazenda de 21 mil hectares, com mais de 15 mil cabeças de animais.

Foto: Polícia Militar de Mato Grosso

Segundo a PM, durante a semana, o grupo sequestrou dois homens que haviam comentado sobre as pepitas para que eles apontassem o local exato onde estava o ouro. Por não saberem dizer, eles foram baleados na terça-feira, 30. Um deles, reconhecido como Ulisses Pereira dos Santos, de 44 anos, morreu no garimpo. A outra vítima foi encaminhada para um hospital de Aripuanã.

Foto: Polícia Militar de Mato Grosso

Os policiais precisaram ir ao local junto com a Força Tática e a perícia para resgatar o corpo. Cinco pessoas foram encaminhadas para a delegacia para prestar esclarecimentos sobre o homicídio. A Polícia Civil continua investigando o caso.

“Não estão fazendo nada com a gente, mesmo assim a gente fica com medo. Não sabemos quem está acampado lá, muita gente estranha. Temos família, filhos e temos todo o nosso patrimônio aqui, isso causa muita insegurança, esperamos que isso se resolva da melhor forma possível”, pede a pecuarista Neli Basso.

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