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À espera do Plano Safra, produtor comprou apenas metade dos insumos

Volume atual é de 30%, contra 60% da mesma época de 2018. Segundo o presidente da Andav, Henrique Mazotini, o agricultor está descapitalizado e necessita deste crédito

O Plano Safra será finalmente anunciado nesta terça-feira, dia 18. O aumento no valor do seguro rural e incentivos para o crédito privado animam alguns setores. Por outro lado, atrasos na compra de insumos podem representar um possível impacto na produtividade.

Segundo o presidente da Associação dos Distribuidores de Insumos Agropecuários (Andav), Henrique Mazotini, apesar da expectativa que o novo Plano Safra tenha recursos parecidos com a do ano passado, em torno de R$ 220 bilhões, as dúvidas sobre os juros e o retardo na divulgação dos recursos (aliado a economia pouco aquecida), já travaram a compra de insumos.

“Nesta mesma época do ano passado os produtores haviam comprado 60% dos insumos. Esse ano ainda estamos na casa dos 30%. O produtor rural está descapitalizado e necessita deste capital de giro, de crédito para dar andamento nos negócios”, diz Mazotini.

Seguro rural

Pelo menos uma coisa o produtor rural já sabe sobre o novo plano safra: o seguro rural terá o valor de um R$ 1 bilhão, confirmou o Ministério da Agricultura. Mas os agricultores ainda esperam a definição sobre os juros para, quem sabe, poder comemorar. “Torcemos para que a taxa de juros se mantenha em torno de 8%”, diz o presidente Câmara Temática de Insumos, Júlio César Busato.

Já os pequenos e médios produtores devem ter a manutenção das taxas, afirma Fernando Schwanke, secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura.

“Talvez tenha algum pequeno ajuste, mas estamos trabalhando com um aumento de recursos para o Pronaf e Pronamp, assim podemos alavancar alguns setores. Algumas novidades serão importantes para agricultura familiar, algo que nós não tínhamos no plano safra”, diz Schwanke.

Junto com o plano, o governo deve publicar uma medida provisória para fortalecer a captação de recursos privados para os grandes produtores.

“A modernização dos títulos do agronegócio que temos hoje, são bastante eficientes, mas precisam ser referenciados em dólar, na moeda original do negócio. Seria uma forma de hedge natural da operação, daria segurança para o fornecedor desse recurso. E daria uma segurança muito grande para os produtores, que fariam operações na mesma moeda tanto na venda, quanto na hora de tomar empréstimos para tocar o negócio”, conta Márcio Portocarrero, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).