De acordo com o presidente da entidade, Valdomiro Vicente Victor, a ideia é que a cooperativa atraia novos cooperados com a produção de frutas desidratadas. A agroindústria que vai desidratar as frutas está sendo construída com recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza em convênio com a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). A agroindústria, segundo Valdomiro, vai empregar diretamente 21 pessoas.
? Serão 16 pessoas na linha de frente, nas duas máquinas de desidratação, e quatro pessoas na parte administrativa. Outro colaborador fará o manuseio das cascas e outras partes das frutas que não são aproveitadas no processamento industrial, mas que serão utilizadas para adubação ou para ração animal. No futuro vamos trabalhar para dar uma destinação mais nobre a esses materiais, transformando-os em produtos de maior valor agregado ? afirma.
O engenheiro agrícola Pedro Meloni é o consultor contratado pelo Sebrae Bahia para elaborar o projeto de captação dos recursos não reembolsáveis e realizar a implantação da agroindústria, bem como capacitar os futuros funcionários. Ele explica que o abacaxi que será desidratado tem menos de 1,1 kg e geralmente não é vendido in natura para as Ceasas e supermercados.
Estes frutos acabam sendo vendidos pelos produtores para atravessadores ou indústrias de polpas de frutas a preços muito baixos, que variam entre R$ 0,08 e R$ 0,12 o quilo. Ao ser desidratado na agroindústria, o abacaxi poderá ser vendido entre R$ 0,25 e R$ 0,40 o quilo.
? A maioria das empresas que desidratam as frutas possuem pequena capacidade instalada e têm dificuldade de acesso à matéria prima com preços acessíveis, que viabilizem a produção. Como a desidratação vai ser feita próxima às lavouras de abacaxi, os produtores de Itaberaba terão um melhor preço de venda. O abacaxi desidratado pode ser vendido para indústrias de alimentos, fábricas de chocolate, lojas de conveniência, delicatessens, supermercados e empresas da área de panificação ? explica o consultor.
Ele informou ainda que a agroindústria que está sendo implantada em Itaberaba terá duas máquinas de desidratar, podendo processar até quatro toneladas de abacaxi por dia.
? A casca, a coroa e o talo central serão destinados ao processo de compostagem para ser usado na adubação das lavouras e também na alimentação animal. A Coopaita tem seu período de safra de junho a dezembro. No primeiro semestre a ideia é que a cooperativa trabalhe também com a desidratação de outras frutas, como mamão, jaca, manga e banana ? conclui.
A gestora do projeto de abacaxi do Sebrae Bahia, Lúcia Leite, conta que desde o início da consultoria a instituição mostrou a importância da união dos pequenos produtores para enfrentar os atravessadores e a necessidade de se organizarem e se capacitarem para conquistar novos mercados.
? O Sebrae assessorou os produtores de abacaxi desde a formação da cooperativa até a elaboração do diagnóstico e dos projetos de implantação da agroindústria ? informa a gestora.
Desde a safra de 2007 a Coopaita também está inserida no programa Comércio Brasil, do Sebrae. A participação em missões comerciais e rodadas de negócios, realizadas em anos anteriores, e o apoio da rede de agentes de mercado do programa ajudaram a cooperativa a conquistar uma ótima carteira de clientes, que a cada ano vem aumentando.
Em 2009 as vendas de abacaxi in natura para clientes de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, por exemplo, totalizaram R$ 900 mil durante toda a safra. Este ano, após a participação em uma missão comercial apoiada pelo Comércio Brasil, a cooperativa já vendeu R$ 800 mil para esses mesmos Estados em apenas 60 dias.