? O agronegócio é sustentável e sustenta a árvore do Brasil ? disse Lovatelli.
No discurso de encerramento, o presidente da Abag avaliou que o Congresso mostrou um país maduro e transparente, que enfrenta “uma inacreditável” hipocrisia internacional. Disse, porém, que o setor se comunica mal e que ainda existe no Brasil uma dificuldade de diálogo entre o que é público e privado.
Na avaliação de Carlos Lovatelli, o Brasil terá a liderança no processo evolutivo global, com o agronegócio como um dos setores principais. Ressaltou, porém, que melhorar é uma responsabilidade do próprio setor.
Política e crescimento
O discurso do presidente da Abag foi antecedido pelo painel O Ambiente Político e o Crescimento Sustentável, com participação do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, do ex-governador do Acre e presidente do Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Estado, Jorge Viana, e de Pedro Parente, vice-presidente Executivo do Grupo RBS, do qual faz parte o Canal Rural.
Parente mostrou-se pessimista em relação a atual situação política do país. Na sua avaliação, o Brasil vive um círculo vicioso: a sociedade não escolhe, necessariamente, quem quer, mas quem se candidata. E a qualidade de quem se propõe a concorrer nas eleições está pior. Pedro Parente ressaltou, por outro lado, que não vê solução para este problema fora do ambiente democrático.
Enfatizando a questão amazônica, Alysson Paolinelli disse acreditar que o principal problema é a falta de conhecimento sobre a região. Na avaliação dele, o Brasil está “andando para trás” na forma como administra a floresta. Segundo Paolinelli, o procedimento de pesquisar primeiro para depois definir a melhor forma de explorar foi feita na região do Cerrado, com resultados positivos em produtividade.
? Pouco é feito para se conhecer a Amazônia. Fazer o uso sustentável do bioma é muito mais do que o que se está fazendo ? disse Paolinelli.
O ex-ministro cobrou também mais participação política e maior representatividade do setor do agronegócio. Na avaliação dele, se um setor de tamanha importância para o país não consegue se impor, a culpa é dos seus próprios representantes.
Jorge Viana fez apenas uma ressalva em relação à tese defendida por Alysson Paolinelli. Para o ex-governador do Acre, o conhecimento a ser produzido sobre a exploração sustentável da região amazônica não pode ter como foco o uso da terra, ao contrário do Cerrado, onde o ponto central foi aumentar a produtividade.
Ele defendeu também que a situação fundiária da floresta não pode ser tratada da mesma forma que em ouras regiões do país e que o Brasil não pode ver motivos para celebrar reduções de área produtiva se pretende dar respostas aos principais desafios mundiais.