? Se as exportações de processados aos Estados Unidos voltarem, esse valor pode ser ultrapassado ? afirmou o executivo, em entrevista à imprensa realizada nesta segunda, dia 8, na sede da entidade, em São Paulo.
Em volume, Camardelli acredita que os embarques chegarão a 1,8 milhão de toneladas equivalente carcaça. Em 2008, os embarques ao Exterior somaram 2,165 milhões de toneladas e, no ano passado, 1,925 milhão de toneladas.
Para 2011, o presidente da Abiec ainda não fez suas projeções, mas pretende abrir mercados estratégicos como Estados Unidos, Japão, México, Coreia do Sul, Taiwan e Canadá, para assim aumentar os volumes exportados.
? Se nós continuarmos com a escalada de status sanitário, não tenho dúvidas de que em breve estaremos exportando para esses países ? afirmou, assegurando que pelo menos um desses mercados será aberto no ano que vem.
O executivo ressaltou que o foco de sua gestão na Abiec será a competitividade da carne brasileira no Exterior e “aliança 100%” com os órgãos governamentais intervenientes da cadeia, como os ministérios da Agricultura (Mapa), de Relações Exteriores (MRE) e Desenvolvimento, Comércio e Indústria (MDIC).
Números de outubro
A Abiec também apresentou os números de exportação de outubro e do acumulado dos primeiros 10 meses do ano. No mês passado, os embarques diminuíram, mas a receita aumentou. A receita com vendas externas de carne bovina somou US$ 419,024 milhões, alta de 11% ante outubro de 2009, quando foram vendidos US$ 378,675 milhões, com preços 22% superiores, a US$ 4.240/tonelada. Em volume, o total embarcado foi de 134,063 mil toneladas equivalente a carcaça, queda de 14% na mesma base de comparação (155,078 mil toneladas).
? A queda em volume é explicada pelo mercado consumidor não tão demandado, principalmente na Europa ? justificou Camardelli.
? Em compensação, o aumento de preço foi uma readequação à alta da matéria-prima (boi) e aos valores praticados pelos mercados concorrentes ? completou.
A principal queda foi da carne industrializada – os embarques cairam 41% em volume (de 34,9 para 20,5 mil toneladas). Para Camardeli, a indústria exportadora vive um momento delicado, por uma soma de fatores:
? Além do dólar fraco, países que são grandes importadores, como os da União Europeia, vem restringindo as compras.
No caso da União Europeia, o Brasil deve vender no máximo 300 mil toneladas para lá este ano, segundo a Abiec, sendo que a média anual era de pelo menos um milhão de toneladas. O bloco é o principal comprador de carnes nobres do Brasil. O presidente da Abiec informou que a entidade vai se reunir com o governo para estudar outras alternativas.
Já no acumulado do ano até outubro, a receita com exportações de carne bovina atingiu US$ 4,106 bilhões, aumento de 22%, ante US$ 3,371 bilhões registrados em igual período de 2009. Em volume, os embarques somaram 1,494 milhão de toneladas equivalente carcaça, avanço de 2%. Os preços médios praticados de janeiro a outubro foram 17% maiores do que nos mesmos meses do ano passado, a US$ 3.815/tonelada.