O ajuste nos volumes armazenados reflete a elevação da previsão de exportação em 2014 de 45,5 milhões toneladas para 46 milhões de toneladas.
O secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho, disse que a previsão foi revisada para se adequar aos números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que mostraram “um volume razoável” exportado em outubro.
Trigueirinho negou que a elevação esteja ligada à recuperação dos preços no mês passado.
– Não foram novos negócios, e sim volumes contratados ao longo do ano que ainda estão sendo embarcados. A esta altura a disponibilidade interna é pequena. Já estamos em período de entressafra, e não tem muito produto para fixar – disse.
Sobre a previsão de produção de soja, ele destacou que a Abiove preferiu mantê-la em 91 milhões de toneladas à espera de informações detalhadas sobre a evolução do desenvolvimento após atrasos na semeadura e replantio, especialmente em Mato Grosso.
– No mês que vem, devemos ter informações mais precisas e poderemos avaliar se é necessário fazer alterações nas estimativas de safra – destacou Trigueirinho.
A projeção de exportação ficou estável em 48 milhões de toneladas, e o processamento foi estimado em 38,3 milhões toneladas. As previsões de produção de farelo e óleo em 2015 foram mantidas em 29,1 milhões de toneladas e 7,4 milhões de toneladas, respectivamente, superando os 27,6 milhões de t e 7,1 milhões de t esperados para este ano.
Entre os dados mês a mês, a Abiove informou crescimento das exportações de farelo em outubro, para 961 mil toneladas, ante 914 mil toneladas em setembro, apesar da queda do processamento de um mês para o outro.
Com os problemas de logística nos Estados Unidos, tradings redirecionaram cargueiros de exportação dos portos dos Estados Unidos para os da América do Sul. O secretário-geral da Abiove acredita que o movimento é pontual.
– Existe um grande aperto de farelo no mundo. É normal que haja uma troca dos EUA para buscar no Brasil, onde tem condição de preço melhor. Mas não tem muito farelo e óleo sobrando – acrescentou.
Trigueirinho salienta, inclusive, que o farelo brasileiro deve retornar ao mercado internacional com mais força depois do período habitual. Isso porque, com as ocorrências de atraso e replantio no Brasil, a perspectiva é de pouca oferta de soja precoce em janeiro.
– O Brasil vai começar a voltar ao mercado em fevereiro e, com mais velocidade e mais volume, em março – apontou.
Segundo o secretário-geral, em janeiro, ainda deve ser processada menos soja do que a indústria gostaria.
– Seria um momento oportuno, mas não teremos volume normal de matéria-prima. Não vai dar para rodar 100% mesmo com uma boa margem – conclui.