A nova projeção das vendas internacionais apresentada nesta quarta, dia 5, por Camargo Neto ainda não leva em conta a perspectiva de abertura de novos mercados. Para ele, até o final do ano, Estados Unidos e União Europeia podem passar a comprar o produto brasileiro – mais especificamente, do Estado de Santa Catarina, que deve ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação. No bojo das negociações, ele acredita que Japão e Coreia também possam abrir seus mercados, além da China.
? A China pode até ser a primeira, é imprevisível ? comentou com jornalistas em Brasília.
Até então, o presidente da Abipecs previa exportações em torno de 600 mil toneladas, quantidade muito próxima das 609 mil toneladas comercializadas no ano passado pelo Brasil. Ele salientou que a nova projeção, se confirmada, pode ser uma mudança de patamar do setor porque, há cinco anos, as vendas externas têm girado em torno das 600 mil toneladas.
Pedro Camargo explicou que, diferentemente do que ocorreu em anos anteriores, as vendas de carne para fora do País não serão, em 2010, um simples remanejamento do produto em função das vendas internas fracas.
? O mercado interno está muito bom ? avaliou.
A perspectiva de que oferta e demanda ficarão apertadas é porque, além do incremento da demanda brasileira e internacional, os produtores ainda trabalham com um dos reflexos da crise financeira internacional do ano passado, que foi o de redução de plantel de matrizes.
Apesar de estar prevista uma missão da África do Sul para conhecer plantas produtoras brasileiras, o presidente da Abipecs não mostrou muito entusiasmo com a reabertura deste mercado. O país era cliente brasileiro até 2006, quando encerrou as negociações em função da constatação de incidência de um foco de febre aftosa em bovinos do Paraná. Recentemente, a África do Sul reabriu seu mercado para a carne de boi, mas ainda mantém fechada a importação de suínos brasileira.