? Não vai ter impacto, porque não muda agora. Acredito que em 2011 continua tudo do mesmo jeito. Um eventual novo regime de cotas será efetuado somente após a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), conquista que o país deseja há mais de cinco anos. Se ela quiser falar amanhã que a cota será 500 mil toneladas ou 300 mil toneladas ela pode e aí não tem o que reclamar. Mas no momento que a Rússia entrar na OMC, quando ela assume compromissos, aí ela não pode mais mudar de idéia ? disse Camargo Neto, em almoço com jornalistas nesta quinta, dia 2 de dezembro.
Atualmente, a cota global russa para suínos é de 470 mil toneladas e a intenção é diminuir para 250 mil toneladas. O Brasil faz parte da cota “outros”, de 190 mil toneladas, mas acaba sempre exportando mais, em vendas “extracota”. Neste ano até outubro, o País embarcou para a Rússia 206,6 mil toneladas, com receita de US$ 565,135 milhões, sendo o principal mercado consumidor da carne suína brasileira.
Segundo o presidente da Abipecs, a questão deverá se resolver por meio de negociações que ainda não acabaram. Na semana que vem, por exemplo, deverão ocorrer encontros bilaterais em Genebra, nos quais o assunto estará em pauta.
? Eu conversei com Cozendey (ministro Carlos Márcio Cozendey, diretor do Departamento Econômico do Itamaraty) que confirmou a decisão russa de diminuir a cota e concordou comigo que é inaceitável. Acredito que o Brasil não irá aceitar essa redução, porque seria prejudicado. E, na verdade, não tem lógica de a Rússia fazer isso, porque ela precisa da carne. Ela ainda está com problema agrícola, de produção. Hoje, ela importa não por obrigação, mas porque ela realmente precisa ? disse Camargo Neto, ressaltando que a autossuficiência em carne que a Rússia está trabalhando para atingir vai demorar.
? Até lá abriremos novos mercados e vamos precisar menos dela ? afirmou.