Ações com valor defasado representam chance de lucratividade em médio e longo prazos na bolsa

Compra de ações em aportes regulares é estratégia eficaz ante eventuais turbulências do mercadoPor causa da retração na Bolsa de São Paulo (Bovespa), que empacou em torno de 64 mil pontos, apesar de Wall Street ? seu principal parâmetro de desempenho ? já ter retomado a marca anterior ao auge da crise global de 2008, muitos papéis de empresas brasileiras estão com preços defasados. Essa situação pode ser excelente oportunidade de negócio.

Mas em vez de usar os recursos em uma só operação, a compra de ações em aportes regulares, mensalmente, por exemplo, é uma estratégia mais eficaz ante eventuais turbulências do mercado, apontam especialistas. A tática também é recomendada na aquisição de cotas de fundos ou clubes de investimentos.

? Independentemente do sobe e desce da bolsa, as aplicações regulares são mais promissoras numa perspectiva de médio e longo prazo ? ressalta Nilton d’Avila Farinati, membro orientador do Instituto Nacional de Investidores (INI) e sócio da Valor Ativo Assessoria de Investimentos.

Ao comprar ações ou cotas em diferentes momentos, o investidor pode obter retorno médio compatível com sua expectativa sem correr o risco de pagar caro demais.

? Disciplina é mais importante do que conhecimento na arte de ganhar dinheiro ? avalia o consultor financeiro Augusto Saboia.

Especialistas recomendam diversificar investimentos

Ao ingressar em diversas datas e preços, o investidor pode escolher o papel pelo qual pagou menos com a finalidade de embolsar mais, mantendo os demais ativos até que atinjam resultado satisfatório.

? A estratégia é aumentar o volume dos aportes na baixa dos preços, como no atual momento da bolsa, reduzindo as aquisições em períodos de alta ? reforça Marco Antonio Martins, presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-Sul).

Analistas enfatizam a importância da diversificação dos recursos disponíveis em várias modalidades, inclusive com parte em renda fixa. A divisão do dinheiro entre renda variável e fixa depende do perfil de cada um, mas é sempre bom lembrar de regras básicas para ativos de risco: entrar na baixa e sair na alta e jamais colocar recursos com previsão de uso.

A aposentada Maria Adelaide Dias, 60 anos, realizou cursos, leu sobre o tema e conversou com amigos que investem na bolsa sobre fundos de renda variável. Após cinco anos, procurou uma corretora e decidiu aplicar seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e outras economias em ações da Petrobras.

Na corretora, analisa o perfil das empresas, seus balanços e prognósticos a curto e médio prazos e então decide, com o aval do seu corretor, se o momento é para vender, comprar ou manter os papéis.

? Pesquiso empresas e, caso o mercado esteja em turbulência, vendo as ações e aguardo a queda dos valores. O momento atual é para compras ? explica.