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Acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia afetaria agronegócio brasileiro, estima Ricupero

Diretor da Faculdade de Economia da Faap diz que uma redução de impostos aos produtos dos EUA que chegam à Europa poderia impactar exportações do BrasilA formação de uma área de livre comércio entre Estados Unidos e União Europeia (UE) pode afetar as relações comerciais entre Brasil e bloco europeu, especialmente na área do agronegócio, avalia o diretor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), embaixador Rubens Ricupero.

Para Ricupero, Brasil e EUA concorrem globalmente no campo do agronegócio. Por isso, uma possível redução na carga de impostos aos produtos norte-americanos que chegam ao continente europeu poderia impactar as exportações brasileiras.

– Somos concorrentes diretos em soja, suco de laranja, carnes em geral e milho – comentou Ricupero, que foi embaixador do Brasil em Washington.

– É perfeitamente possível que isso ocorra. Depende apenas de saber se eles vão de fato concluir um acordo muito amplo.

Ricupero lembra, entretanto, que há diversas áreas em que os EUA e União Europeia ainda precisam aparar arestas.

– Há diferenças enormes. Os europeus têm uma atitude restritiva com relação a alimentos transgênicos; os americanos, não. Europeus não querem carne de animais engordados com hormônios, os americanos não têm essa preocupação. Não é fácil chegar a acordos amplos.

Na área industrial, ele descarta grandes impactos de uma possível área de livre comércio entre EUA e UE.

– A indústria brasileira não concorre nem com a norte-americana nem com  a indústria europeia – afirmou, ressaltando a superioridade dos dois frente ao Brasil. 

Agência Estado
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