Segundo José Renato de Almeida, gerente financeiro da Carol, a diferença entre os porcentuais ocorreu porque a dívida de alguns ativos da cooperativa transferidos para a Carol Sodru foi descontada e paga pelos russos. Como o contrato final do negócio ainda não foi formalizado, o executivo não revelou o valor.
? O acordo deve ser finalizado nos próximos dias, aí informaremos os valores ? disse.
A operação prevê que todos os ativos da Carol de origem e processamento de soja nos Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Tocantins, os de distribuição de fertilizantes e insumos, além da produção e distribuição de sementes de soja, sejam transferidos para a Carol Sodru. A cooperativa continuará com as áreas de lojas, nutrição animal e sementes forrageiras. O conselho de administração da joint venture será formado por quatro representantes da Sodru e três da Carol e toda decisão relevante terá de ser aprovada por 75% dos votos.
Entre as metas da Carol Sodru previstas para os próximos cinco anos estão a ampliação da captação de grãos para o Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Bahia; e ampliação do processamento industrial de soja. Com a operação, a Carol, que hoje processa 700 mil toneladas de soja, apenas para o mercado interno, prevê movimentar, com a Carol Sodru, 3 milhões de toneladas de soja até a safra 20142015, entre transgênica e não transgênica, a maioria para exportação.
A nova empresa prevê ainda se tornar importadora e distribuidora de fertilizantes e insumos no Brasil. A operação é a segunda a envolver uma cooperativa e um grupo investidor internacional. Em 1997, a gaúcha Camil transformou-se em uma Sociedade Anônima e, um ano depois, se tornou sócia da norte-americana TCW. No entanto, em 2006, a Camil recomprou a participação da TCW e voltou a ter capital nacional.