A assinatura do acordo entre a União Europeia e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), que vem sendo negociado há quase 20 anos, foi adiada, nesta terça-feira, 12, para o início do próximo ano.
A ideia dos dois blocos era fazer o anuncio em Buenos Aires, na Argentina, no encerramento da 11ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), ou até o dia 21 de dezembro, em Brasília.
O objetivo, segundo os negociadores, era dar uma sinalização aos 164 países-membros da OMC de que os dois blocos regionais estão comprometidos com a liberalização do comércio, em um momento de ressurgimento do protecionismo em todo o mundo.
Na segunda-feira, 10, os ministros das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie, e do Brasil, Aloysio Nunes, afirmaram que tudo estava sendo feito para fechar “o mais rapidamente possível” o acordo político – primeiro passo para a implementação de medidas, reduzindo as barreiras comerciais entre os 28 países da UE e os quatro do Mercosul, integrado também pelo Paraguai e Uruguai.
Resposta europeia
Os blocos europeu e sul-americano já haviam colocado as suas ofertas na mesa. Na reunião desta terça-feira, o Mercosul deu mais um passo, ao mostrar à UE até onde poderia chegar, se o outro lado fizesse determinadas concessões.
No entanto, apesar de a proposta ter sido bem acolhida, os negociadores europeus disseram que ainda não estavam prontos para dar uma resposta porque precisam de tempo para convencer o setor agrícola – que tem um peso político importante na Europa e resiste a qualquer abertura de seu mercado para produtos externos.
Segundo fontes próximas aos negociadores, a assinatura do acordo deve ocorrer no início de 2018, mas não há data marcada. A diferença agora, explicam, é que os dois lados realmente querem liberalizar o comércio entre os blocos.
Esse acordo afetaria 90% do comércio entre os dois blocos. Essa etapa final das negociações coincide também com uma mudança na política dos Estados Unidos. Desde a sua posse, há quase um ano, o presidente Donald Trump, tem deixado claro que prefere negociações bilaterais às multilaterais, e que sua prioridade é defender os interesses norte-americanos.