Segundo a diretoria da Nilza, o consenso com a Casmil, sediada em Passos (MG), ocorreu após representantes da companhia explicarem que o pedido de falência poderia prejudicar o processo de venda da empresa, que já foi uma das maiores do país na produção de leite longa vida. Se a venda da Nilza não for finalizada até o final de julho, uma nova audiência será marcada com a Casmil para que ambas tentem uma conciliação no processo de pedido de falência.
A Nilza conseguiu aprovar o plano de recuperação judicial em outubro do ano passado, processo acompanhado e homologado pelo mesmo juiz que agora avalia o pedido de falência da companhia. No entanto, após o plano aprovado, a empresa seguiu em dificuldades financeiras, suspendeu a produção em abril e demitiu todos os funcionários operacionais das unidades de Ribeirão Preto e de Itamonte (MG) neste mês de junho.
No mercado, comentários listam a gigante JBS e a GP Investments como possíveis interessadas na aquisição da Nilza, que possuía uma dívida de R$ 340,8 milhões assumida no plano de recuperação judicial, valor que não inclui atrasos nos pagamentos ou mesmo acertos com credores posteriores a outubro do ano passado. A Nilza informou apenas que o processo de venda tem acordos de confidencialidade com interessados e que, portanto, não iria comentar detalhes.
Agora credora, a Casmil chegou a integrar um pool de cooperativas leiteiras sócias da Central Leite Nilza em 2003. A central passou por problemas financeiros, foi desfeita e os ativos foram adquiridos pelo atual dono da Nilza, Adhemar de Barros Neto, em dezembro de 2005. Em agosto de 2008 a Nilza adquiriu a Montelac, com unidades em Itamonte e em Campo Belo (MG), esta última fechada no início de 2009. Na operação de compra da empresa mineira, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) injetou R$ 120 milhões e passou a ter 35% da Indústria de Alimentos Nilza.