Duarte explicou que a soja, por simbiose com o Bradyrhizobium sp., uma bactéria presente em suas raízes, capta e fixa o nitrogênio do ar.
– O agricultor pode até dispensar a adubação nitrogenada nas lavouras de soja, mas, com o milho isso não é indicado, sendo necessário a adubação nitrogenada – explicou.
De acordo com o pesquisador, o nível de nitrogênio presente na palha da soja é baixo, não sendo suficiente para assegurar bons índices de produtividade, pois o milho demanda muito nitrogênio. Segundo ele, as pesquisas revelaram que o melhor momento da adubação nitrogenada é durante a semeadura e que a dose no sulco de semeadura deve ser de 30 a 40 quilos por hectare de nitrogênio.
– Os agricultores precisam estar conscientes de que adubação nitrogenada durante a semeadura, feita na quantia correta e com manejo adequado, garante excelentes resultados de produtividade.
Segundo Duarte, quando o agricultor opta apenas pela adubação a lanço o ideal é que tenha três equipes operando simultaneamente – uma equipe colhe a soja, uma planta o milho e uma terceira cuida das questões relacionadas à adubação.
– É uma mudança de estratégias, uma inovação que vai garantir o retorno financeiro do milho safrinha.
Quanto ao uso de inoculação com azospirillum nas lavouras de milho safrinha, o pesquisador explica que tanto o milho quanto a soja têm associação com bactérias que ocorrem naturalmente no solo. No caso do milho, não ocorre por simbiose, como na soja. Sua associação com o milho estimula tanto o crescimento da planta quanto o desenvolvimento do sistema radicular do cereal. Ele alerta, no entanto, que é preciso fazer a inoculação para que estirpes mais eficientes de azospirillum colonizem o sistema radicular e ocorram benefícios em termos de aumento de produtividade.
– Esse processo pode ser feito via sementes antes do plantio, aplicando o produto, seja pó ou líquido.
Ele destaca que a inoculação demanda cuidados especiais, já que ela precisa ser feita próximo ao momento do plantio e, como se trata de um produto biológico, aspectos como condições ambientais, de solo e clima, podem influenciar no resultado da produtividade.
– O produtor precisa ficar atento a essas questões e à forma de manejo, pois o aumento de produtividade pode chegar a 5%, quando feito de forma correta – concluiu o pesquisador.