Conhecemos a história do produtor Peter Ferter, de Dourados (MS), ele optou por essa prática e conseguiu manter sua produtividade na soja e melhorar a média no milho segunda safra
Fernanda Farias | Dourados (MS)
Reduzir custos e aumentar a produtividade é a meta de todo produtor. Em Mato Grosso do Sul encontramos um produtor que consegue bons resultados abrindo mão do adubo no cultivo da soja.
• Aprosoja-PI pede renovação de emergência fitossanitária no Estado
Os agricultores da região de Dourados não tem o que reclamar do clima. As chuvas foram mais regulares nos cerca de 200 mil hectares de produção e a média colhida poderá superar da última safra, que foi de 55 sacas por hectare.
–A não incidência de pragas e o controle de ervas a gente vai aprendendo ano a ano. Eu estou aqui há 40 anos e estou pressentindo que será uma das nossas melhores safras de soja – comemora o presidente do Sindicato Rural da cidade, Lúcio Damalia.
Em algumas propriedades, como a do produtor Peter Ferter, o resultado deveria ser ainda melhor, perto de 60 sacas.
– Com antecipação do plantio, a gente tem escapado das altas temperaturas de janeiro e fevereiro, que sempre existe veranico e prejudica a produtividade, mas antes não tinha tecnologia para isso. Agora, conseguimos antecipar 30 dias o plantio de soja, até para surpresa nossa. Estamos iniciando a colheita e foi o plantio mais antecipado que tivemos até hoje, 19 de setembro, e não tivemos redução de produtividade – explica Ferter.
À medida que a soja é colhida, os 9500 hectares estão sendo ocupados agora pelo milho segunda safra, que semeado mais cedo não será afetado pela geada durante o desenvolvimento.
A principal estratégia adotada pelo produtor nos últimos quatro anos é não adubar a soja, e sim o sistema. O milho segunda safra recebe toda a adubação necessária para as duas culturas. Assim, o agricultor consegue adiantar o cultivo da soja, reduzindo os custos operacionais em 10% e aumenta a produtividade do milho.
– No início a gente teve bastante critica, até alguns amigos criticaram. Mas a gente notou que, no decorrer do ano, fazendo os comparativos de produtividade, não houve redução. Na soja, mantivemos os índices, mas na cultura subsequente, o milho, a gente aumentou em 30%. Devido a isso, não perdemos tempo na semeadura para reabastecer o solo com adubo – reforça Peter Ferter.
A análise do solo é feita a cada três anos. É importante para quem opta adubar o sistema, como pontua o consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann.
– Você tem que entender como está a fertilidade do solo. Uma vez o fósforo e o potássio níveis adequados, é perfeitamente viável solos argilosos como esse. É perfeitamente viável – explica.
Clique aqui e veja o vídeo da reportagem.