Advogado do MST diz que não havia motivo para prisão de integrantes do movimento

Vídeo divulgado pela polícia, entretanto, mostra que intenção das lideranças do grupo era provocar prejuízos à Cutrale na invasão à fazenda da empresa em setembroOs integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) presos por suspeita de liderar a invasão a uma fazenda da Cutrale, em Iaras, no interior de São Paulo receberam a visita do advogado que os representa, Bruno de Oliveira.

Segundo ele, dos nove detidos, dois já foram liberados. Os demais devem ser soltos no sábado, dia 30, quando vence a prisão temporária. O advogado criticou a ação da polícia, dizendo que foi constrangedora e sensacionalista. Ele defendeu que não havia motivo para pedir a prisão temporária dos integrantes do MST e reclamou que ainda não pode preparar a defesa porque, até esta quinta, 28, não vinha tendo acesso aos autos do processo.

Alguns coordenadores nacionais do MST justificaram a derrubada de 12 mil pés de laranja como necessária para iniciar o plantio de feijão. Outros reconheceram o erro e dizem que o objetivo não era provocar prejuízos à Cutrale. Entretanto, o vídeo divulgado pela Polícia Civil de São Paulo nesta quarta, dia 27, mostra que a intenção das lideranças do movimento era justamente essa.

O homem que aparece no vídeo incitando os militantes a provocar danos na fazenda é Miguel Serpa, líder do MST na região de Bauru (SP). Ele foi preso na última terça, 26, com outros 8 integrantes do movimento, suspeitos de comandarem a invasão à fazenda da Cutrale. Um trator foi usado para destruir o laranjal.

Segundo a empresa, o prejuízo foi de R$ 1,2 milhão. Cerca de 250 famílias ligadas ao movimento participaram da ação no dia 27 de setembro do ano passado e só saíram da propriedade no dia 7 de outubro, quando a justiça concedeu a reintegração de posse da área. Segundo a polícia, 13 suspeitos continuam foragidos. O grupo deve responder por furto qualificado, danos, formação de quadrilha e esbulho possessório, que é a retirada violenta de um bem alheio.