Como o Cerrado brasileiro e a Savana africana têm condições geográficas semelhantes, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) acredita que, com a tecnologia do Brasil, Moçambique pode também produzir algodão, soja, milho e outros produtos. Hoje o país africano importa a maioria dos alimentos que consome.
O acordo pode ser ainda uma boa oportunidade para a indústria brasileira, já que as empresas nacionais acumulam grande experiência na produção de alimentos do Cerrado.
? A África tem um problema muito sério, passou por um período de guerra, é muito atingida por problemas meteorológicos, as secas e enchentes são muito violentas. Eles não têm infraestrutura, espaços de armazenamento, estrada ? explicou o presidente da Embrapa, Antonio Arrais.
Ele não acredita que o desenvolvimento da agricultura da Savana africana traga problemas para o mercado brasileiro em função da competitividade.
? A demanda por alimentos no mundo vai crescer muito ? defendeu.
Segundo Arrais, enquanto o Brasil entra com a transferência da tecnologia, há interesse do governo do Japão em investir no projeto. Os recursos seriam de cerca de US$ 300 milhões em dez anos.